O Velho de Chapéu de Palha [Relato Sobrenatural]

por Mundo Sombrio
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Sheyla era uma moça bonita, jovem, de seus 21 anos. Moça da cidade grande, universitária, muito alegre e festeira. Adorava as baladas e chopadas da faculdade.

Durante as férias, gostava muito de ir para o interior da Bahia onde moravam umas primas e parentes de quem gostava muito e, como sempre fazia, lá foi ela toda feliz curtir seus dias de descanso.

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Chegou na cidade e logo perguntou às primas o que iriam fazer a noite. Bem naquela semana, estava acontecendo uma festa de rua , onde se dançava e bebia até quase de manhã. Então as garotas se arrumaram, ficaram lindas e lá se foram para a festa.

Chegando lá, logo percebeu que um rapaz atraente a olhava com interesse e ela correspondeu. Ele então aproximou-se, apresentou-se como Rodrigo e referiu que era filho de um morador conhecido na cidade e que estava ali de férias. Então ficaram conversando.

Dentre umas cervejas e outras, dentre uma dança e outra resolveram ir para um lugar mais calmo. Sheyla avisou a prima q “iria ali” e já voltaria. A prima foi contra, mas ela não ligou.

Entrou no carro do rapaz e foi. Afastaram-se do local da festa e pararam num ponto um tanto escuro e ermo. Começaram a namorar, mas ele queria algo mais que namoro e beijinhos. Sheyla o empurrou dizendo q não. Ele a forçava e a garota relutava já com muito medo. Foi então que ouviram um barulho. Uma pancada forte no capô do carro. O rapaz parou e saiu do carro para ver do que se tratava. Escutou outra pancada forte, mas desta vez atrás do carro. Foi quando viram espantados um senhor.

Um senhor negro, bem idoso, encurvado, de camisa branca surrada, calças curtas e descalço. Tinha na cabeça um chapéu de palha e fumava um cachimbo.

O rapaz perguntou o que ele queria ali e o senhor disse com sua voz tranquila:
“Moço dexa a minina!”

E Rodrigo valentão, foi de encontro ao velho e xingou-o! Disse para ir embora dali, pois caso contrário iria apanhar.

O velho repetiu calmamente:

“Moço , dexa a minina! É mió voismecê ir simbora!”

Rodrigo então levantou a mão para bater no velho e este, permaneceu com uma mão no cachimbo e com a outra, segurou a mão do rapaz e apertou-a sem mover um músculo do rosto e mantendo a tranquilidade.

O rapaz gritava e se abaixava de dor tendo sua mão quase esmagada pelo velho que ainda a segurava.

Sheyla assistia a tudo embasbacada e se perguntava como é que um velho tinha aquela força comparado a um rapaz corpulento de quase 1,90?

O velho então largou ele, que ficou abaixado segurando a mão que devia estar quebrada e doendo muito.

Então ele se dirigiu a moça dizendo:

“Vamu Sinhá, esse véio vai te levar até onde voismecê mora!”

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E foram os dois caminhando em silêncio e ele fumando seu cachimbo.

O velho a deixou na esquina de sua rua. Sheyla perguntou como podia agradecê-lo e como era seu nome.

O velho respondeu:

“Sou apenas um véio de chapéu de páia sinhá. Reza por esse véio e vai com Deus!”

Assim que Sheyla chegou em casa, depois de levar uma bronca homérica de seus tios , contou o que houve e eles ficaram espantados. Disseram que na cidade, por vezes, era visto um preto velho com esta descrição andando pelas estradas e pelo mato e noite a dentro.

Por: Sílvia Restani

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