Vários anos atrás, minha esposa e eu estávamos viajando por um trecho solitário da estrada entre Nova York e Vermont. Eram três da manhã. Não havia casas, postes, apenas a escuridão tomava conta lá fora. Estávamos ansiosos para chegar em casa, então mesmo que o limite de velocidade fosse de 55 km/h, eu estava cerca de 100 km/h.
De repente, no meio da escuridão, apareceu um rosto branco de uma jovem com cabelos encaracolados e pretos bem no meu para-brisa dianteiro.
Seu rosto estava brilhantemente iluminado pelos meus faróis. Ela parecia assustada e estava balançando os braços freneticamente para frente. Não havia como eu evitar bater na jovem.
Minha esposa e eu gritamos, nos encolhemos e nos preparamos para o impacto… mas nada aconteceu. Não houve impacto, e ainda assim eu estava a 100 km/h. Como eu poderia não ter batido nela? Desacelerei o carro e parei. Perguntei à minha esposa se ela tinha visto a jovem. Ela tinha visto ela claramente como o dia, assim como eu tinha.
Nós dois pulamos do carro, esperando ver alguém deitado na estrada em algum lugar. Eu liguei minha lanterna e passei a procurar pra cima e para baixo pela estrada, mas não tinha nada lá. Ninguém estava caído na estrada em lugar nenhum.
Até andamos para ambos os lados da rodovia, iluminando a floresta, mas mesmo assim ainda não conseguimos encontrar nada. Tivemos que sair, mas eu disse à minha esposa que iríamos parar na primeira delegacia que achássemos pois tinha certeza que algo terrível tinha acontecido.
Dirigimos mais 12 km e finalmente chegamos à uma delegacia estadual. Eu parei.
Minha esposa e eu entramos e explicamos o que tinha acontecido há alguns quilômetros atrás. Os dois policiais estaduais que estavam ouvindo nossa história, olharam um para o outro e começaram a rir. Eles com certeza não estavam acreditando em nós, então eu parei de falar e apenas olhei para eles.
Um dos policiais disse:
“Sinto muito. Não queríamos rir, mas o que viu foi nossa lenda local. Cerca de 15 anos atrás, uma jovem com essa mesma descrição, estava viajando naquela estrada solitária sozinha no escuro. O pneu dela estourou e ela tentou sinalizar freneticamente para o primeiro veículo que apareceu. O veículo era de 18 rodas e o motorista do caminhão não conseguiu parar. A jovem foi atingida e morta naquela noite. Agora, de vez em quando, viajantes noturnos veem a jovem ainda tentando sinalizar para que alguém possa ajudá-la.”
Minha esposa e eu saímos da delegacia com um misto de emoções.
Estávamos felizes por não termos atropelado ninguém naquela estrada escura e solitária. Nos sentimos horríveis pela moça que aparentemente revive esse horror repetidamente. Mas também estávamos completamente assustados e sem palavras.
Nós dois não acreditávamos em fantasmas, até aquele dia.