Pedro I de Portugal, que era filho do rei Afonso IV, sofreu muito por amor. Seu primeiro casamento foi um completo fracasso. Já o segundo, foi marcado por traição e revolta. Em 1340, sua nova noiva, Constanza de Castela, foi enviada à corte do príncipe herdeiro ao lado de Inês de Castro, que era apenas a dama de companhia e tinha 15 anos. No entanto, assim que os noivos se encontraram nada foi como o esperado. Pedro acabou se apaixonando por Inês, e não pela noiva. O fato acabou despertando a fúria de seu pai.
O casamento com Constanza aconteceu, mas isso não impediu que um relacionamento extraconjugal acontecesse. O príncipe se encontrava com Inês sempre que podia. Em contrapartida, ele e sua esposa tiveram 3 filhos, mas no ano de 1343, durante o parto da terceira criança, a mulher acabou morrendo. Mais do que depressa, Pedro pediu autorização para o pai na expectativa de se casar com Inês. Como ela era uma simples plebeia, a autorização nunca foi concedida. Na verdade, o rei Afonso exilou a moça para longe.
Inconformado, o príncipe Pedro decidiu ir atrás da jovem. Ficaram juntos por tempo suficiente para que tivessem 4 filhos, embora apenas 3 deles tenham sobrevivido. Mas o rei Afonso decidiu que não deixaria aquilo barato. Contratou 3 assassinos para acabar com a vida de Inês e infelizmente, quando eles chegaram na casa, Pedro estava muito longe para que pudesse fazer alguma coisa.
Não se sabe ao certo como ela foi morta, mas o mais provável é que tenha sido esfaqueada na frente dos próprios filhos. Entretanto, há outra hipótese que diz que ela foi decapitada. O corpo de Inês foi enterrado no mosteiro de Santa Clara, em Coimbra. Poucos anos mais tarde, o rei Afonso faleceu, fazendo com que Pedro se tornasse o novo rei. Um de seus primeiros atos foi tornar público um acontecimento do passado.
Ele alegava que havia se casado com Inês assim que tiveram o quarto filho, o que faria dela uma legítima rainha. Dessa forma, decidiu se vingar dos assassinos de sua amada, condenando-os à execução, onde tiveram seus corações arrancados do corpo. Em seguida, ele ordenou que o corpo dela fosse exumado e coroado em uma cerimônia. Tal ato a transformaria, legalmente, na rainha de Portugal.
Pode parecer um gesto romântico e ao mesmo tempo, assustador. Mas pasme, o pior ainda está por vir. O corpo de Inês, já em estado de decomposição, foi vestido com túnicas reais e colocado em um trono posicionado ao lado de Pedro, na Catedral de Coimbra. Em seguida, o rei obrigou os nobres a formarem uma fila para beijarem a mão decrepita e cheia de ossos de sua falecida amada.
Após o fim da cerimônia, o corpo da rainha teria sido levado para um túmulo com sua própria efígie, localizado na frente do túmulo onde Pedro seria sepultado quando morresse. Dessa forma, os dois poderiam se levantar juntos durante o juízo final, acreditava ele.
Bem, é válido mencionar que a história da rainha é apenas uma lenda, já que é difícil acreditar que um corpo seria exumado apenas pra isso. Por outro lado, muitos historiadores acreditam em sua veracidade.