Os cientistas conseguiram reviver minúsculos organismos vivos semelhantes a vermes encontrados no gelo da Sibéria, com 24.000 anos de idade. Após o descongelamento, as criaturas conseguiram sobreviver, passaram a se alimentar e então se reproduzir, relata a Current Biology.
Os dados obtidos podem ajudar a entender como é possível congelar tecidos multicelulares, por exemplo, órgãos internos, por longos períodos de tempo. E se olharmos completamente para o futuro, o “verme” pode ajudar a nos ensinar a “congelar” as pessoas para viajarem para os pontos mais distantes do espaço.
Na verdade, essa criatura é chamada de rotífero da subclasse Bdelloidea. Rotíferos são criaturas minúsculas que vivem em corpos de água doce. Os cientistas sabem há muito tempo que eles podem facilmente suportar uma seca prolongada e depois se recuperar, mas um experimento recente mostrou que os rotíferos são capazes de “dormir” 24 mil anos sem sofrerem danos!
Cientistas da Rússia, EUA, Alemanha e República Tcheca decidiram há algum tempo verificar se os rotíferos sobreviveram durante o permafrost siberiano.
Eles coletaram amostras de gelo de uma profundidade de 3,5 metros ao largo das margens do rio Alazeya, em Yakutia, e as examinaram ao microscópio. O local próximo ao rio Alazeya foi escolhido pois os cientistas sabiam exatamente a idade dos depósitos de permafrost.
Os cientistas encontraram vários rotíferos viáveis nas amostras descongeladas de uma só vez, após o que eles começaram a observá-los e logo viram como eles começaram a se alimentar e se reproduzir (aliás, os rotíferos não precisam de um parceiro sexual para se reproduzir).
Um estudo detalhado dos rotíferos encontrados mostrou que essas antigas criaturas Yakut são muito semelhantes às espécies modernas de rotíferos Adineta vaga, que são encontrados na região da Bélgica e países vizinhos.
Em seguida, os cientistas submeteram os “vermes” descongelados a um novo congelamento e toleraram isso tão bem quanto o primeiro. Além disso, muitas espécies modernas de rotíferos não possuem essa capacidade, seus tecidos são destruídos durante a formação de cristais de gelo.
De acordo com os cientistas, isso mostra que os antigos rotíferos tinham um certo mecanismo de proteção (aparentemente no caso de uma forte onda de frio).
E agora a tarefa dos cientistas é entender como esse mecanismo funciona e como seus princípios de operação podem ser aplicados ao congelar outros organismos vivos, incluindo humanos.