É dito que o fantasma de um homem morto matou Peter Maclntyre, um imigrante escocês que veio para Tracadie, Ilha Príncipe Edward a bordo do navio Alexander, logo após o ano de 1772.
Esta história aconteceu em uma noite triste de outubro, com uma névoa fina varrendo o interior do mar. Sentados à beira do fogão, estava um grupo de agricultores cujas conversas tinham passado de problemas do dia para superstições atuais.
De repente, a porta se abriu e entrou o grande Peter Maclntyre. O grupo imediatamente abriu espaço para ele que ele se sentasse. Então, Ben Peters mencionou ter visto uma luz no antigo cemitério francês que ficava aos arredores do Forte Escocês.
Era supostamente uma enorme bola de fogo, do tamanho de uma roda em um carrinho, que dançava através dos túmulos e iluminava todo o cemitério destacando as lápides do local.
Maclntyre botou fogo em seu cachimbo e disse:
— Que bobagem que você está falando. Estou aqui há mais tempo do que a maioria de vós e diabos, nunca vi nada que não pudesse ser explicado. Pois então camaradas, eu tenho culhões de caminhar pelo velho jardim de túmulos esta noite e serei capaz de dar-lhes uma explicação para este caso.
As pessoas sabiam que Peter Maclntyre era o tipo de homem que frequentemente falava corajosamente na presença dos outros, mas todos sabiam que o cemitério era assombrado.
— Vocês não passam de um bando de mulheres supersticiosas! – zombou Maclntyre – Fantasmas?! Apenas um bando de pássaros, nada mais.
Sentindo-se insultados pelo comentário, os outros homens decidiram testá-lo. Um quilo de tabaco era o prêmio se Maclntyre visitasse o cemitério naquela noite e enfiasse um garfo de feno em uma sepultura para provar que ele esteve realmente lá.
O relógio grande e velho estava batendo a meia-noite quando o lojista anunciou que estava fechando o bar e todas as pessoas decentes deveriam estar em suas camas.
Depois de rever o desafio em sua mente, Maclntyre aceitou e imediatamente partiu para o cemitério com um garfo de feno na mão. No início da manhã seguinte, o povo de Tracadie estava em um grande temor.
Havia muitos ruídos aqui e ali, e sussurros incoerentes que vieram de pequenos grupos reunidos para discutir o misterioso desaparecimento de seu vizinho solteiro, Peter Maclntyre.
O barraco de Maclntyre mostrava que o lugar não havia sido ocupado na noite anterior. O único sinal visível de vida era um gato deitado no colchão de palha do dono. A lareira era um leito de cinzas frias, e, do celeiro próximo, vieram os gritos de gado faminto, porcos e ovelhas.
Rumores logo deram lugar ao medo – medo de que alguma coisa terrível tivesse ultrapassado o homem que foi tolo o suficiente para arriscar sua vida em um cemitério assombrado, especialmente em uma hora tão profana da noite passada.
Então quatro homens foram reunidos para tentar resolver o mistério. O cemitério era uma pequena clareira no coração da floresta, alcançada por meio de uma trilha estreita, permitindo que não mais de duas pessoas caminhassem de uma só vez. De vez em quando o grupo de busca parava para espiar através dos galhos das árvores, suas vozes nunca ficavam acima de um sussurro.
Finalmente, eles estavam fora da floresta e olhavam com espanto para a algo que os fez arregalarem os olhos. No terreno do cemitério, eles ficaram horrorizados ao ver o corpo de seu vizinho caído em uma sepultura – ele estava morto e com o rosto voltado para eles. Era um rosto congelado em agonia, um rosto assombrado e enlouquecido que fazia a vida tremer e desejarem nunca tê-lo visto.
Um segundo olhar revelou um pino do garfo que tinha sido cravado com força na sepultura e que atravessava da cauda do longo casaco preto de Peter Maclntyre.