A família Álvares mudou-se para a mansão de seus sonhos, uma casa enorme, com seis dormitórios e um jardim descuidado. Ao entrar, eles notaram um quadro peculiar na parede da sala: um palhaço sorridente, com a palma da mão aberta, como se tivesse acenando para quem olhasse.
Deixaram onde estava e foram se instalando.
Na primeira noite, todos se deitaram cedo e exaustos com a mudança. Mas no dia seguinte, Carlos, o pai da família, não levantou. Ele foi encontrado morto na cama, sem sinais de luta ou causas aparentes. A família ficou chocada. Causa da morte: parada respiratória.
No dia seguinte, enquanto revistaram a casa, notaram algo estranho: o dedo polegar do palhaço no quadro, tinha dobrado na palma da mão, como se estivesse contando. Ninguém deu importância, sem ligar os fatos.
Mas quando a mãe, Esther, também morreu de repente alguns dias depois, a família, de filhos todos adultos, começou a desconfiar, principalmente quando eles viram que o dedo indicador do palhaço tinha descido – mostrando agora três dedos levantados: algo sinistro estava acontecendo!
Assim continuou: à cada morte na família, o palhaço baixava outro dedo, até que só restou o mindinho. Na noite seguinte, a casa pegou fogo parcialmente, mas os bombeiros só conseguiram salvar o quadro do palhaço… que não aparecia nenhuma mão, na mesma imagem – o último dos Álvares morreu carbonizado!
Dez anos depois, uma nova família. Os Flores, mudaram-se para a mansão renovada, com oito integrantes. Ao entrarem, eles viram o mesmo quadro do palhaço, com a palma da mão aberta e os 5 dedos levantados…
Quando o quinto membro da família morreu – “de repente” –, o quadro do palhaço voltou a mostrar a mão, com os cinco dedos levantados de novo.
Não se teve notícias, se houve mais três membros da família Flores “subitamente falecidos”, com a mão do palhaço do quadro mostrando três dedos abaixados!
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Da obra “Noches Inquietantes”, Medellín, Colômbia. Tradução, adaptação e pesquisa: Sérgio Gitel.
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