Havia um homem que queria contratar um palhaço para a festa de aniversário de seu filho. Ele perguntou no trabalho e um de seus colegas, Sergio Palma. Este, deu o número de um palhaço que, segundo ele, era altamente recomendado. O homem ligou para o número e fez o palhaço aparecer no sábado para entreter as crianças na festa.
No entanto, quando chegou o sábado, estava chovendo e o palhaço não apareceu. As crianças ficaram entediadas de esperar e foram para casa mais cedo. Seu filho ficou terrivelmente desapontado e correu para o quarto chorando muito. A festa de aniversário estava completamente arruinada. O pai ficava ligando para o número do palhaço, mas não obtia respostas.
“Por que você recomendou um palhaço tão pouco confiável, Sergio”, ele pensou amargamente.
Naquela noite, o homem e sua esposa estavam deitados na cama, exaustos. A festa tinha sido um desastre e ele ainda estava irritado pelo fato do palhaço não ter aparecido.
“A que horas você disse para ele vir?”, perguntou a esposa.
“Eu disse muito claramente, sábado às doze horas”, ele respondeu.
“Talvez ele tenha pensado que eram às doze horas da noite”, disse a esposa.
“Um palhaço à meia-noite?”, o homem riu alto. “Quem iria contratar um palhaço para ir a uma festa de aniversário à meia-noite?”
Ele se virou e caiu no sono.
À meia-noite, eles foram acordados por um grito horrível. Parecia o filho deles.
“Algo está errado”, sussurrou a mãe, acendendo a luz.
“Fique aqui”, disse o homem, pulando da cama. “Vou checar ele. Talvez esteja apenas tendo um pesadelo.”
Ele entrou no corredor e parou imediatamente, pois havia um rastro de pegadas enlameadas no chão.
Elas eram grandes demais para pertencer a um homem normal. As pegadas pareciam sapatos de palhaço. Eles levavam da janela aberta no banheiro, pelo corredor até o quarto do filho.
“Um palhaço”, pensou o pai horrorizado. “Um palhaço à meia noite…”
E então, sem saber o por quê, ele se lembrou de algo sobre Sergio Palma, seu amigo do trabalho que havia recomendado o palhaço. Sergio teve dois filhos, mas um deles morreu há pouco tempo, em circunstâncias misteriosas.
Ele nunca havia discutido isso com o próprio Sergio por razões óbvias, mas existiam rumores espalhados pelo escritório que, depois de vários dias de intensas buscas, o filho de Sergio havia sido encontrado morto na floresta.
Por que ele estava se lembrando disso agora?
Com um aperto no coração, o pai estendeu a mão e abriu a porta do quarto do filho.
O quarto estava vazio. A cama estava desfeita e a janela estava escancarada. O tapete do quarto estava todo enlameado também.
O homem soltou um grito angustiado e saiu correndo da casa. Sua esposa o seguiu. Ele começou a chamar o nome do filho mais e mais. Os vizinhos acenderam as luzes e saíram para ver o que estava acontecendo de errado.
“Alguém raptou meu filho!”, gritou o homem. “Foi um palhaço!”
Um dos vizinhos chamou a polícia e, alguns minutos depois, vários carros-patrulha chegaram. Eles imediatamente se espalharam e começaram a procurar na área pelo menino desaparecido.
Só então, o homem recebeu um telefonema. Foi seu colega Sergio Palma. Ele estava chorando. Entre balbucios e soluços, Sergio tentou se desculpar pelo que havia feito.
“O que você fez?”, gritou o pai. “O que você fez? Onde está meu filho? Quem era aquele palhaço que você me disse para contratar?”.
“Eu não sei”, sussurrou Sergio, com uma voz quase inaudível. “Eu nem sei se ele é humano… mas eu sei que ele está com fome… sempre com fome… com fome de mais vítimas… Ele levou meu filho mais velho… Então, na semana passada, ele voltou para o meu filho mais novo… Eu disse a ele para pegar o seu em vez disso… me desculpe… me desculpe… diga ao meu filho que eu o amo…”
“Onde ele está?”, gritou o homem. “Onde está meu filho?”
“Olhe na floresta”, Sergio choramingou. “Ele sempre prega as cabeças de suas vítimas nas árvores, como um sinal …”
“Que diabos você quer dizer com isso?”, gritou o homem.
Antes que ele pudesse dizer outra palavra, ouviu o som de um tiro do outro lado do telefone e a linha ficou muda.
O pai deixou cair o telefone e correu para fora da casa. Ele foi direto para a floresta atrás da casa. Quando chegou a um grande e nodoso carvalho, parou de repente, caiu de joelhos e começou a chorar incontrolavelmente. Ele havia encontrado o que restava de seu filho.