Fiquei sem reação quando Laura, minha nova paciente, contou o que aconteceu durante sua última visita ao seu antigo dentista, o Doutor Egeu. Também pudera, pelo que ela me disse, aquele dentista mais parecia um açougueiro. O consultório era sujo, todos os equipamentos estavam com sangue e o profissional não tinha cuidado algum com seus pacientes.
Após ouvir as queixas de Laura, precisei tranquilizá-la. Minha paciente tinha que saber que estava falando com o melhor cirurgião dentista da região.
A princípio, Laura precisaria fazer uma extração dentária apenas, nada demais. Porém, no decorrer da cirurgia, percebi que outros procedimentos deveriam ser realizados.
Assim que a cirurgia acabou, avisei minha paciente sobre as outras operações. Ela ficou preocupada, pois tinha medo das anestesias; o que é bem comum, mas aceitou sem problemas.
Uma semana se passou e Laura estava de volta. A segunda cirurgia era mais complexa e envolvia um enxerto ósseo para implante.
Minha paciente estava muito nervosa. Precisei conversar muito com ela; tenho esse hábito. Gosto de confortar meus pacientes.
Durante a cirurgia, senti algo estranho. Os dentes de Laura estavam lindos. Percebi que nenhuma cirurgia precisaria ser feita. Então pedi para que meus auxiliares saíssem da sala.
Fiquei um bom tempo contemplando aqueles dentes. Eram perfeitos, de fato.
O efeito da anestesia duraria pouco mais de uma hora, então aproveitei para remover todos os dentes daquela mulher.
Em anos trabalhando nessa área, nunca vi dentes tão lindos como os dela. Eu precisava extraí-los e assim o fiz.
Depois do procedimento, os lavei e coloquei outros dentes naquela boca. Minha paciente nem notou a diferença.
Quanto aos lindos dentes de Laura, os transformei em belíssimos souvenires. Mas não consegui ficar só olhando para eles.
Numa tarde depois do expediente, tive um desejo incontrolável de ter aqueles dentes na minha boca. Chamei um dos meus auxiliares para implantar aqueles dentes em mim. Depois de horas de cirurgia, os dentes de Laura se tornaram meus!
ESCRITO POR: Régis Di Soller
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Credo…
Credo…
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