A História de Terror “Terror Noturno”, traz a experiência aterrorizante de uma moça temente a Deus em busca de respostas sobre o desconhecido. Será que apenas a fé responderá a essas perguntas?
Sempre fui muito religiosa, muito temente a Deus e não dava espaço para coisas do mal em minha vida. É algo natural em mim. Em toda adversidade, me apego em orações e me entrego com confiança a Deus. Isso já me livrou de poucas e boas.
Há pouco tempo, estive em uma tribulação muito grande. Tudo em minha vida dava errado. Perdi o emprego, o namorado, a casa em que morava, a rotina que eu tinha, tudo dava errado. A única coisa que eu conseguia equilibrar era meu sono, pois antes eu não conseguia dormir bem e depois dessas situações eu dormia noites incríveis de sono revigorante.
Como boa crente em Deus, agradecia a ele todos os dias por regular meu sono. Porém, certa noite, aconteceu algo muito estranho. Naquele momento, eu não achei que fosse tão estranho assim. Hoje, porém, relembrando, achei que seria digno de lhes contar.
Eu estava dormindo calmamente em meu quarto totalmente escuro, quando acordei e senti uma presença ao lado de minha cama, muito próxima de mim. Fiquei muito assustada e, institivamente, gritei, pulei da cama e acendi a luz do quarto. Não havia ninguém lá. Convencida de ter sido apenas um sonho, voltei a dormir em paz. Após um mês, aquela tribulação foi embora.
Eu havia conseguido um novo trabalho, estava em uma casa boa com meus pais, já estava aceitando bem o término do namoro, continuava dormindo muito bem e tudo estava calmo pra mim.
Então, em uma noite dessas, dormindo, novamente acordei com a presença de alguém em meu quarto. Dessa vez estava em pé de frente para mim na cama. Vi afastar-se o vulto enquanto eu gritava desesperada. Consegui levantar para acender a luz e quando olhei, novamente, não havia nada.
Devido ao estado de desespero em que fiquei, meu pai pediu para minha mãe dormir comigo o restante da noite. Mesmo sendo tão realista aquela situação, eu pensei que poderia ser somente um sonho ruim e voltei a dormir. Minha mãe, muito mais cética que eu, nem questionou a situação, simplesmente dormiu.
No dia seguinte, ela me esperava para tomar café para conversarmos. Estava um pouco assustada e, de início, já me disse que não queria que eu dormisse sozinha no meu quarto mais. Questionei o motivo e ela disse que também havia sentido aquela presença no quarto, sendo que não viu o que era, mas somente os vultos. Ficamos a manhã toda levantando hipóteses e não chegamos à conclusão nenhuma.
Depois de muito pensar, acreditei que poderia ser terror noturno e tentei descansar em relação ao medo que eu sentia. Porém, tornou-se mais intenso. Um dia, assim que cheguei do culto, vi uma sombra adentrando minha casa. Tratei logo de ignorar a situação.
A pior noite, no entanto, foi uma em que estava deitada com meu sobrinho. Ele já havia dormido e eu estava pensando na vida, quando senti um vento que abriu a porta do quarto. Senti esta presença ao meu lado e então suas mãos tentaram me asfixiar. Eu não conseguia me mexer, comecei a clamar a Deus por sua misericórdia. Meu sobrinho acordou e começou a orar por mim. Então a coisa afastou-se e sumiu.
Muito assustada com a situação, chamei um pastor para conversar. Ele disse que todos passam por lutas espirituais. Mas algumas pessoas veem suas lutas por serem mais sensitivas. Por isso, sentem a presença do mal, assim como sentem a presença do bem. Então eu era uma dessas pessoas que via um pouquinho do que acontecia comigo, só que existia muito mais no invisível. A única saída seria a oração para o bem vencer o mal. Segui o conselho dele.
Entretanto, desde então vivo com muito medo. Vez ou outra sinto a cama tremer, vejo vultos, acordo sobressaltada e tenho a sensação de ser observada o tempo todo. Se é uma luta espiritual, me sinto cada dia mais insegura e assombrada. As chances de ser um distúrbio do sono caíram por terra quando passei a ter experiências durante o dia, quando estava muito bem acordada.
Não sei o que ocorre comigo. Só sei que o medo é minha companhia e que é algo sobrenatural. Talvez um dia eu descubra o que é, ou talvez seja muito melhor não descobrir. Sigo no aguardo, vivendo um dia de cada vez e sempre que possível, acompanhada.