Durante um verão, uma menina mudou-se para a casa ao lado da minha. Ela morava apenas com a mãe e eram muito pobres. Seu pai as abandonara há alguns anos antes. Ela era nova na cidade e achava difícil se adaptar. Embora ambos tivéssemos jeitos diferentes, ela e eu nos tornamos amigos. Nós não éramos muito próximos, mas frequentemente visitava a casa dela e sempre conversávamos muito.
No momento em que pus os olhos nela, eu sabia que ela era a garota perfeita para mim. Infelizmente, ela não se sentia da mesma maneira que eu. Ela era atraída por garotos bonitos e confiantes. Ficou claro que eu não era o tipo dela, então decidi esperar.
Ela não tinha amigos para conversar, então ela confiava em mim. Ela reclamava principalmente de sua vida, me contando como sua mãe batia nela, como as meninas de sua classe eram más e a excluíam do círculo de amizades. Ela também me contou sobre um garoto por quem ela tinha uma queda. Ele era do tipo… muito popular com as garotas da escola, sabe? Quando ela falava sobre seus problemas, eu apenas sentava e ouvia.
Certo dia, a garota parou de ir à escola. Parecia que o motivo seria o fato de estar sendo intimidada. Ela me disse que uma das garotas populares da escola descobrira que ela tinha uma queda pelo namorado. A garota popular e suas amigas a intimidavam toda vez que a viam. Ela disse que elas até espalharam rumores ruins sobre ela para os outros colegas e eles estavam fazendo da vida dela um inferno. Eu apenas ficava quieto e ouvia enquanto ela contava os seus problemas.
Seu comportamento começou a mudar depois que ela entrou na escola secundária. Ela chegava tarde em casa, fumava e estava se embebedando. Eu ouvi rumores de que ela estava usando drogas também. Ela andava com más companhias e até foi presa uma vez. Sua vida em casa só piorou. Frequentemente brigava com a mãe no meio da noite. Todas as garotas da escola a odiavam. Alguém espalhou pichações por toda a casa dela, chamando-a de nomes horríveis e dizendo coisas repugnantes sobre ela. Alguém até matou o seu gato de estimação e enfiou-o na sua caixa de correio.
Eventualmente, a menina abandonou o ensino médio. Ela ficou retraída e trancou-se em seu quarto. Parou de falar com a mãe e passou dias sem sair do quarto. Ela raramente saía para comer. Estava pálida, doentia e dolorosamente magra. A mãe dela deixava a comida do lado de fora da porta e a menina só saía quando precisava usar o banheiro ou no meio da noite, quando a mãe dormia. Era uma vida miserável.
Certo dia, eu fui vê-la pela primeira vez em muito tempo. Ela se recusou a sair para me ver e, embora eu tenha gritado pelo buraco da fechadura, ela não me respondeu. Sua mãe me deu uma tigela de sopa para levar até ela. Eu peguei seu vislumbre quando ela abriu a porta para pegá-lo. Ela estava pálida, cansada, abatida e emaciada, mais parecia um trapo molhado torcido.
Depois disso, passei a ir vê-la todos os dias. Depois de um tempo, a menina começou a falar comigo pela porta. Me contou como estava constantemente brigando com sua mãe e de como todos os seus velhos amigos tinham se esquecido dela. Ela me contou também de como tinha se metido com uma galera ruim e que saía com eles à noite, roubando, usando drogas e se metendo em confusões. Ela me disse que foi pega roubando pela polícia e já tinha ficha criminal.
Ela me contou como sua mãe tentava ajudá-la no começo, mas como ela não a escutou, sua mãe ficou furiosa e bateu nela. Sua vida se tornou insuportável. Ela queria morrer e me disse que tentou cometer suicídio várias vezes cortando os pulsos.
Assim como nos velhos tempos, ela continuou a falar sem parar e eu apenas escutei. Sempre que ela pedia minha opinião, eu apenas dava de ombros ou fazia uma observação inócua.
Conforme o tempo passava, o humor da menina gradualmente começou a melhorar. Ela até decidiu sair do seu quarto. Parecia que as coisas estavam ficando boas e o futuro parecia positivo. A mãe dela chorou e me agradeceu profusamente.
Um dia, a menina foi até o telhado de um apartamento do bairro e pulou. O prédio não era muito alto e ela caiu no matagal. Isso foi provavelmente o que salvou sua vida. No entanto, sua medula espinhal foi afetada e ela ficou paralisada do pescoço para baixo. Os médicos disseram que ela passaria o resto da vida em uma cadeira de rodas.
Assim que ela saiu do hospital, fui correndo vê-la. Ela estava deitada em sua cama, incapaz de se mover. Pediu desculpas para mim várias, mas não conseguia parar de chorar. Ela disse que gostaria de não ter sobrevivido e disse que sentia muito por todos os problemas que ela causou a mim e à mãe dela.
Eu tentei acalmá-la e impedi-la de chorar, mas é difícil confortar alguém quando ela está deitada. Eu a abracei desajeitadamente. Ela chorava tanto que todo o corpo dela tremia e não conseguia enxugar as próprias lágrimas. Enquanto eu a segurava em meus braços, pedi a ela que se casasse comigo.
Ela ficou tipo: “Sério?! Você está falando Sério?! Eu?! Realmente?!”
Ela não conseguia acreditar que alguém iria querê-la um dia. Eu tive que propor à ela várias vezes antes que acreditasse em mim. Ela chorou tanto que suas lágrimas até secaram. Eu tentei tranquilizá-la e disse que queria casar com ela porque eu sempre a amei.
Ela era a garota perfeita para mim. Sempre foi.
Mesmo quando me ignorou e não retornou meus sentimentos.
Mesmo quando ela estava saindo com uma gangue.
Mesmo quando eu tive que ouvir todos os seus problemas idiotas.
Mesmo quando ela ficou anoréxica e se escondeu em seu quarto.
Mesmo quando eu contei para a garota popular da escola dela, que ela queria tomar seu namorado.
Mesmo quando eu espalhei boatos sobre ela para seus colegas de classe.
Mesmo quando eu pichei aquelas palavras por toda a casa ela.
Mesmo quando matei o gato dela e o coloquei na sua caixa de correio.
Mesmo agora que ela está deitada em sua cama, pequena, fraca e incapaz de se mover.
Mesmo agora eu ainda a amo.
Você vê, ela é a garota perfeita para mim.
Em breve estaremos casados.
História de Terror traduzida e adaptada por Mundo Sombrio de ScaryForKids
2 comentários
Que amigo falsoo q raiva dele mas amei a história
Que amigo falsoo q raiva dele mas amei a história
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