Bayon Corne era uma cidade pantanosa fora do roteiro de férias dos americanos, mas o senhor Kenedy em uma conversa com um de seus clientes ouviu grandes elogios ao hotel Golden Park, o único hotel de Luisiana.
Chega o dia tão esperado e a família faz os preparativos da viagem, e como toda família americana estavam levando inúmeras coisas, o chato gordinho Preston um tremendo mala, já começava suas cirúrgicas críticas.
— Papai Luisiana, quem vai para os pântanos da Luisiana? Tínhamos que ir para Miami, esse amigo do senhor deve ser um louco por recomendar Luisiana.
Já Lucy a pequenina, adorou a ideia.
— Preston pare de ser chato, pântanos são divertidos podemos ter muitas aventuras!
A pequena Lucy tinha um espírito aventureiro, já ao colocar as coisas no carro Kenedy jr. Diz para o pai não ligar para as críticas, pois Preston nunca estava feliz com nada.
A felicidade em pessoa era a pesada senhora Louise, que claro levava uma montanha de comida, para fazer lanches a cada minuto na viagem, era um mistério a se desvendar como o senhor Kenedy conseguia fazer…….
Melhor deixar isso pra lá (risos).
Depois de toda aquela arrumação eufórica da viagem, a família cai na estrada, o senhor Kenedy era a pessoa mais hilária que poderíamos imaginar.
Enquanto dirigia ele cantava e fazia caretas o tempo todo, brincadeiras que divertiam quase todos menos o gordinho chato Preston, que tinha como felicidade na vida abrir a boca para suas críticas.
A família como sempre muito feliz na estrada, com o possante Plymouth fury azul-celeste 1976, muito bem conservado.
Depois de algumas horas, ao som da família Jackson, eles já na rodovia interstate 10 o primeiro contratempo da família, um inesperado estouro, fez o Plymouth fury se desgovernar um pouco.
Ele para no acostamento, ao descer viu o causador do estouro.
— Meu Deus, o pneu estourou! Kennedy jr. me ajude aqui!
Era muito trabalho, assim Preston e Lucy tiravam as bagagens do (porta) mala, livrando o acesso ao (estepe) e Kenedy pai e Kenedy jr. Retiravam o pneu furado e claro a senhora Louise ficou sentada, com seus 137 quilos em uma pedra saboreando um belo pedaço de torta de maçã, e claro, reclamando do calor.
Depois da troca do pneu, pé na estrada novamente, o Plymouth fury 1976 em plena velocidade rumo a Bayon corne, no carro em meio às piadas do senhor Kenedy outro estouro dentro do carro, Lucy grita:
— Meu Deus que cheiro — Louise esse foi dos grandes mulher!
A senhora Louise não era cômica apenas pelo seu sobre peso, mas também por ter uma flatulência chamada ” bomba atômica “.
O senhor Kenedy diz para abrirem a janela, pois não poderia parar, não queria chegar muito tarde no estado da Louisiana, pois ainda estavam no estado do Mississipi.
Depois de mais algumas horas e mais algumas bombas atômicas passam a fronteira, e o senhor Kenedy para em um posto para abastecer.
— Vamos parar aqui, mas olha! Não podemos demorar.
Eles descem do carro que estava ainda com a fumaça da bomba atômica, Preston e Lucy vão à conveniência comprar refrescos.
Ao abastecer um funcionário do posto, pergunta onde seria as férias da família, e o senhor Kenedy disse que seria no hotel Golden Park?
— Senhor, o senhor fez reservas? — Não, pois resolvemos de repente, mas não tem problema, a gente chega e se hospeda — Receio que terá um problema senhor, pois o hotel Golden Park foi demolido a 3 meses pra fazer um hipermercado no local.
Nesta hora o senhor Kenedy quase caí para trás, não podia acreditar.
— Meu Deus, e agora o que vamos fazer? Kenedy falei para fazermos reserva, e agora?
Diante do intenso debate da família chega um senhor muito estranho de óculos escuros e chapéu esquisito dizendo.
— A família pode se hospedar no hotel Bayon corne, tenho certeza que vão adorar.
Ele apenas fala e vai embora, já o funcionário disse nem ter no mapa o tal hotel, a família segue o roteiro para o hotel Golden Park, não acreditaram no funcionário do posto.
Andaram mais alguns quilômetros e nada, no fundo tinham a certeza de que realmente não existia o tal hotel, até porque não tinha nenhuma placa indicando.
— Pai com certeza não é aqui, aqui só tem pântano, aqui não tem hotel, caramba que enrascada pai — Acho que Preston tem razão amor, já estou ficando com medo, olha esse lugar, impossível ter algum hotel aqui.
Depois de cinco minutos a decepção.
No lugar do hotel Golden Park, estava um imenso terreno com máquinas e muitos materiais, com certeza o funcionário do posto estava correto.
— Nossa…. — Que droga pai — Que decepção.
Com extrema tristeza o senhor Kenedy diz pra família se acalmar.
A ideia do senhor Kenedy era pelo menos achar uma pousada para uma noite, já passava das 22:00 e começava a garoar, o vento batia nas árvores, fazendo sons tenebrosos.
A cidade de Bayon corne era extremamente escura, a família já prestes a chegar no estado de desespero com o aumentar da chuva, passam vagarosamente por uma pequena ponte de madeira e o inesperado acontece.
— Veja papai! Está escrito hotel.
Lucy conseguiu ver o pequeno hotel entre as árvores.
— Olha só! Muito bem, conseguimos.
O senhor Kenedy entra na pequena rua de terra e chegando mais perto pôde constatar que realmente era o hotel Bayon corne.
— Nossa que visão do inferno papai! é aqui que vamos nos hospedar? — Cale a boca Preston, você tem outra opção? Está chovendo e já é tarde, você não coopera garoto, reclama de tudo.
Com certeza o hotel Bayon corne não era muito apresentável, mas era o que a família precisava naquele momento.
Era de madeira e ficava simplesmente no meio de um pântano escuro e medonho, tendo apenas sua entrada para a rua de barro, os corvos no telhado davam o toque de terror não desejado.
A família de baixo de chuva entra no estranho hotel, o senhor Kenedy vai até à recepção e percebe que não tem ninguém, então Kenedy jr. toca a famosa campainha.
— Pronto! Um hotel fantasma — Eu já estou perdendo a paciência com você moleque!
Depois de algumas palmadas na campainha.
— Boa noite! Que família linda, meu nome é Bill o dono hotel, eu ajudo vocês a descarregarem a bagagem, está chovendo muito, e a estradinha aqui na frente fica alagada com esses temporais.
Assim todos os homens vão descarregar as bagagens, apenas Lucy e a senhora Louise ficam sentadas em um sofá na recepção.
— Nossa filha! Olha como os móveis são antigos, veja Lucy, olha aqueles quadros pendurados na parede, ainda bem que vamos ficar apenas essa noite aqui, já estou sentindo medo — Pronto! Todas as bagagens estão aqui dentro, que bom que escolheram nosso hotel, quase não temos hóspedes no verão.
Chega na recepção a esposa de bill, a senhora Margareth.
— Que bom! Hóspedes! Não costumamos ter hóspedes no verão — Como assim mãe! Sem hóspedes no verão — É! Como um hotel não tem hóspedes? Estranho isso.
Um clima pesado paira no ar.
— Fique calma, eu e minha senhora fizemos esse comentário porque como pode ver nosso hotel é simples, sem muitos atrativos, mas garanto que vão gostar, estamos no ramo a muito tempo — É! Muito tempo mesmo — Perdoe senhor bill, não temos luxo, nossa família é desprovida dessas frescuras, nossa intenção é ficar apenas essa noite.
— Posso colocar vocês em dois quartos?
O senhor Kenedy decide que todos iriam dormir juntos, assim o senhor Bill leva as bagagens para o quarto 26.
— Não temos vistas bonitas pois como sabem aqui em Bayon corne, temos mais pântanos, mas pela manhã podemos pegar o barquinho e ver alguns crocodilos tomar sol debaixo das árvores, bem de longe claro — Que programa bobo, ver crocodilos, com certeza temos que ir embora amanhã.
— Cale a boca Preston, não seja mal-educado, toda hora temos que ouvir suas reclamações, não aguentamos mais isso!
O senhor Kenedy desce com o senhor Bill para finalizar o cadastro, ele diz para Bill perdoar as reclamações de seu filho, no caminho pergunta se só há os dois no hotel, ele e a esposa Margareth.
— Não senhor Kenedy, temos Frida a faxineira e Gordon o nosso cozinheiro que é ótimo, temos também nosso hóspede fixo o senhor césar, um italiano bem discreto, não estranhem.
Kenedy diz que o senhor Bill deveria colocar o hotel Bayon Corne nas listas telefônicas e também nos mapas, mas o senhor Bill diz que fazia anos que não divulgavam o hotel.
O primeiro comentário que deixaria o senhor Kenedy intrigado, não pôde deixar de reparar que tinham baldes de água por todo o hotel.
— Senhor Bill, não pude deixar de notar a quantidade de baldes de água espalhados pelo hotel, vi também a mangueira já conectada ao hidrante, isso tudo é medo de fogo? Aqui é pântano senhor, o fogo não se atreveria em um pântano.
O homem ficou em silêncio.
Já na recepção Kenedy termina de preencher as fichas e a senhora Margareth diz que como já estava tarde, Gordon levaria sopas no quarto para a família não ter que descer.
— Que porcaria de hotel! Não tem nada, nem televisão, só tem esse rádio velho, olha esse rádio parece ter uns 40 anos — Preston! Também não foi isso que eu queria, mas pense pelo lado bom, estamos todos juntos, o senhor Bill foi gentil, não podemos ficar reclamando ele pode ouvir.
Lucy também estava adorando o antigo hotel, em meio às lamentações, alguém bate na porta.
— Boa noite! Vim trazer a sopa quentinha para toda a família.
A obesa senhora Louise pergunta:
— Cozinheiro Gordon, é sopa de quê? — É uma deliciosa sopa de galinha com cenoura e coloquei muitos pedaços de queijo, tenho certeza que vão adorar.
A família se deleita com a maravilhosa sopa e ao término ligam o rádio, o senhor Kenedy nota a segunda estranheza no hotel.
— Está ouvindo Louise? — O quê Kenedy? — A música, este programa, preste atenção, é um programa antigo, da época da escola, como pode estar passando? Acabou a décadas!
Antes que a família pudesse descansar, a porta bateu outra vez, era a faxineira Frida.
— Me perdoem por bater na porta nessa hora, é que o senhor Bill pediu para vir, ele acabou esquecendo de falar a regra número um do hotel — Qual é a regra? — Mais essa…… — Jamais, em hipótese alguma façam fogo, se alguém fumar charutos ou coisas assim, tem que ir lá para fora onde fica a cozinha, fora do hotel.
— Tá bom, já vi que vocês tem pavor de fogo — Sim temos, o senhor nem imagina.
Frida vai embora deixando mais um enigma do hotel Bayon corne, o senhor Kenedy já tinha reparado os inúmeros baldes d’água.
Depois de tantas loucuras, por volta das 02:00 da madrugada, a família finalmente adormece ao som dos ensurdecedores roncos da senhora Louise, mas por volta das (04:00) gritos de socorro são ouvidos do quarto.
— Socorro! Socorro, fogo, vamos! Vamos! Jogue água, vamos Bill, rápido! Aqui! Aqui! Traga o balde Frida, Fred cadê o Fred que não está aqui para nos ajudar!
Os gritos eram de muito desespero e o primeiro a ouvi-los foi Kenedy jr.
— Pai acorde! Pai acorde! O hotel está pegando fogo!
O cheiro de fumaça era intenso, mas a fumaça não estava em lugar algum.
— Senhor acorde, escutamos gritos de socorro, e sentimos cheiro de fumaça ao descer as escadas — Quê! Fogo? Está vendo algum fogo aqui senhor? Procure ficar calmo, não tem fogo aqui!
Vendo que não tinha fogo algum voltam para o quarto, nas escadas tomam um tremendo susto, Cezar o morador fixo do hotel, notam que é o homem que falou do hotel no posto, Cezar apenas diz um boa noite, meio sem jeito desce as escadas, Kenedy jr. não pôde deixar de reparar a estranheza de Cezar.
Chegam no quarto e pra surpresa Preston e Lucy estavam acordados, tiveram o mesmo pesadelo com gritos de socorro em um suposto incêndio.
Apenas a roncadora senhora Louise não acordou com o sonho incendiário, Lucy disse que a mãe devia estar sonhando com um enorme sorvete de chocolate com cobertura de caramelo, uma unanimidade no pesadelo de todos era o nome Fred, todos puderam ouvir o nome Fred.
No dia seguinte já com o raio de sol a invadir o quarto pela fresta da janela, o primeiro a acordar o intragável Preston que tratou logo de acordar os demais.
— Que porcaria Preston, deixe-me dormir um pouco mais, você é muito chato — Vamos gente sair logo daqui, o sol tá maravilhoso lá fora, não vejo a hora de nos hospedarmos em um hotel com piscina, sauna, um hotel moderno não esse aqui que mais parece assombrado, vocês não vão querer ficar aqui, vão?
Todos vão acordando devagar, até certo ponto concordam com Preston, com toda receptividade do senhor bill e sua esposa Margareth que era realmente muito atenciosa, mas não foi isso que a família tinha planejado.
Depois de se recomporem descem para falar com o casal dono do hotel.
— Bom dia meus queridos amigos, cadê os seus filhos? Venham, fizemos esse delicioso café da manhã em homenagem a vocês.
As vozes de ambos, tanto o senhor Kenedy como a senhora Louise se prendem diante de tanto carinho dos anfitriões.
— Preston desfaça as malas — Porque mamãe não queremos ficar mais aqui neste local horrível — Tudo bem mamãe, vamos Lucy me ajude aqui.
Kenedy jr. não se importava em ficar, assim como Lucy, o único a se irritar foi Preston, mas isso todos estavam acostumados.
Lucy fica encantada com tantas coisas, geleias, a senhora Louise se sentiu no céu.
Todos comendo com grande felicidade, diante de tanta gentileza ficava impossível a família ir embora, para a insatisfação de Preston, claro, no meio do café da manhã Kenedy jr. lembrar do acontecido da madrugada.
— Senhor Bill! De madrugada depois que viemos saber sobre os tais gritos, meus irmãos também tiveram o mesmo pesadelo, e o mais incrível foi que todos escutaram o nome Fred, quem é Fred senhor?
Eles percebem um certo desconforto no casal, na verdade, foi visível a emoção da senhora Margareth, era mais um mistério do hotel Bayon Corne.
— Que tal darmos uma volta de barco e nos lembrarmos no pântano, enquanto minha esposa e Gordon fazem o almoço — Oba! Vamos andar de barco, que maravilha!
Kenedy jr. também adorou a ideia, e claro que Preston odiou, e viu se perder a vontade de ir embora, pois a família estava ficando cada vez mais animada.
A senhora Louise ficou para ajudar a preparar o almoço, mesmo sendo hóspede queria retribuir todo o carinho, Lucy não conseguia conter sua emoção, pra ela era muita aventura e as férias estavam realmente começando, mas algo chato aconteceu:
— Que droga! A lancha está sem gasolina, podia jurar que tinha, meu deus, que distração!
Era uma grande estranheza para o senhor Bill o fato de não ter gasolina na lancha.
— Não é possível! Eu juro, o tanque estava cheio, eu tinha deixado galões aqui!
Mas alguém teria usado a gasolina para uma coisa perversa.
Pai e filho se oferecem para buscar a gasolina.
— O senhor Bill é muito legal, mas fiquei intrigado com sua reação quando falei o nome Fred, alguma coisa não se encaixa nessa história, e a reação dele agora com a falta de gasolina, pai, tem alguma coisa muito estranha — Confesso que eu também estou com uma pulga atrás da orelha filho, até a senhora Margareth se emocionou, na verdade tô achando tudo muito estranho, nem devia falar isso pra você, mas as cores, você já reparou na cor do casal? Você já reparou na cor do tal hóspede? Eles são meio acinzentados — Sim já reparei, mas coitados vivem pro hotel, cá entre nós pai, é um hotel mais que falido, tem até teia de aranha na parede — Mais um motivo de contribuir com nossa estadia, mas se continuar assim vamos embora, prometo.
Assim eles vão pro posto pegar a gasolina para o barco, o senhor Kenedy tinha ficado muito feliz ao ver o entusiasmo de sua filha Lucy, com a possibilidade de desbravar os pântanos da Luisiana.
Eles chegam no posto e vão direto abastecer, mas lembram que esqueceram de pegar galão, só assim poderiam transportar a gasolina, eles avistam o funcionário.
— Senhor! Senhor!
O homem chega prontamente, o senhor se apresenta como Davison, filho do dono do posto.
— Oil! O que vocês estão precisando? Posso ajudar? Ah! Meu nome é…. — Davison — Como sabe? — Eu vi o crachá — É verdade (risos) — Senhor Davison, primeiramente muito obrigado pela atenção, é que precisamos de um galão de gasolina, na verdade queremos comprar gasolina, mas estamos sem galão.
Ele vai nos fundos do posto, e depois de alguns minutos, traz o galão, um enorme galão com capacidade de 10 litros, era ótimo, até mais que o necessário.
— Percebo que os senhores não são daqui! É isso? — Estamos de férias aqui senhor, estamos no hotel…. — Que hotel? O único hotel que tinha na cidade foi demolido, era o hotel Golden Park.
Como assim senhor o único hotel que ainda tem na cidade? Sabemos que o Golden Park foi demolido, mas estamos no Bayon Corne, do senhor Bill
— Senhor, pode repetir o nome do hotel? — Bayon Corne! Fica a menos de 1 quilômetro, como pode não conhecer? — Claro que conheço senhor, o hotel deu o nome a cidade, é por causa do hotel que a cidade se chama Bayon Corne, mas esse hotel foi queimado mais de 50 anos atrás, o maior desastre da região, todos os jornais americanos noticiaram, só um rapaz de 18 anos sobreviveu porque estava fora do hotel, o filho do casal que se chamava Fred, morreram 19 pessoas queimadas no hotel.
Kenedy jr. e seu pai ficam apavorados com as palavras do homem, não podiam acreditar, como aquilo poderia ser verdade?!
— Senhor estamos sem entender nada, minha família está lá no hotel Bayon Corne — Isso é impossível senhor — Acabei de tomar café com o senhor Bill e o senhor me diz que o hotel foi queimado há 50 anos, como isso pode acontecer? Há algum equívoco nessa história, assim vai nos deixar loucos!
O senhor Davison pede para o senhor Kenedy se acalmar.
— Senhor por favor sente-se vou trazer alguém para lhe explicar melhor toda essa história.
Então ele vai nos fundos do posto e volta com um senhor que apresentou como seu pai.
— Este é meu pai, o senhor Morgan, o dono do posto, ele não enxerga direito devido à idade, pergunte o que ele fez no dia do incêndio do hotel Bayon corne — Senhor pelo amor de deus, estou confuso, o senhor estava nesse suposto incêndio? O que realmente aconteceu? — Isso já faz muito tempo! Eu era jovem ainda, faz 50 anos, eu tinha acabado de entrar para o corpo de bombeiros de Luisiana, foi um incêndio horrível, mesmo sendo uma região pantanosa não conseguimos conter o fogo, nos esforçamos ao máximo mas não conseguimos, apenas um jovem saiu ileso, do incêndio, foi Fred, o filho do casal.
Pai e filho ficam desesperados, as palavras do senhor eram de arrepiar, detalhes que só quem viveu poderia contar.
— Na verdade anos depois os investigadores concluíram que ele pôs fogo no hotel para receber uma apólice de seguros, ele era o único filho, mas os policiais da Louisiana demoraram para concluir o caso e o rapaz Fred foi para a Europa e o crime prescreveu, dizem que ele ainda vive, mora em Madrid, não sei como um ser humano pôde ser tão cruel, mas porque me trouxe aqui pra contar isso filho? — Nada pai, é só um mal entendido.
Pai e filho voltam para o hotel atordoados, sem entender nada, mas o senhor Kenedy sabia o que fazer, sabia que tinha que cumprir uma missão.
— Filho escute, não fique com medo, se quisessem fazer mal a nossa família já teriam feito, eles estão presos ao hotel, é nosso dever ajudar — Como faremos isso papai? Como faremos isso? Não sei não, acho que entramos numa fria, numa tremenda fria — Fique tranquilo, eu sei o que fazer.
Eles chegam no hotel, mas o senhor Kenedy nota uma diferença, pois todos estavam a lhe esperar, o senhor Bill, a senhora Margareth, o cozinheiro Gordon, a faxineira Frida e césar o hóspede fixo.
Kenedy diz para seu filho subir e pedir para a família preparar a partida, mas que não contasse nada para eles.
— Senhor Bill! Senhora Margareth! Sei de tudo, eu descobri que o hotel pegou fogo a 50 anos atrás, e vocês tem que partir, não podem mais ficar presos neste mundo, isso só faz mal a alma de vocês.
Emocionado o senhor Bill sussurra:
— Não podemos partir, estamos a procura de Fred nosso filho, não partiremos sem ele.
A senhora Margareth chora ao lembrar do filho, eles não sabiam da crueldade de Fred, Kenedy não teve coragem de dizer a verdade, então mentiu.
— Senhor Bill, senhora Margareth, Fred está a esperar vocês na eternidade, por favor, é hora de vocês partirem
O casal se abraça feliz com um certo alívio nas palavras de Kenedy, mas Cezar o estranho hóspede se aproxima.
— Obrigado! Sua mentira vai nos trazer uma imensa paz, saiba que eu induzi sua família a parar no posto, e disse sobre o hotel Bayon Corne, espero que me perdoem — Não tem o que perdoar!
A família chega e não entende a mudança de ideia do pai
— O que foi amor? Você estava tão contente, aconteceu alguma coisa? — Não aconteceu nada, mas já está na hora de partir.
Todos se despedem, o senhor Bill agradece por tudo, assim a família entra no carro e vai embora, mas antes de sair dos portões do hotel, Kenedy pai e Kenedy jr. olham para trás e veem que no lugar do hotel estava agora um enorme vazio pantanoso.
— Missão cumprida Kenedy jr., este será o nosso segredo — Segredo! Que segredo homem? — Tudo bem meu pai, será o nosso segredo, ah! Você venceu Preston, no ano que vem vamos pra Miami (risos).
Acabava ali a história do hotel Bayon Corne.
Autor: João Damasceno Filho