O Confessionário [História de Terror]

por Mundo Sombrio
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Padre, eu pequei. Preciso, antes de tudo, pedir perdão por estar aqui diante do senhor, mas as mortes têm algum tipo de ligação com a igreja. Não estou aguentando mais essa pressão. As pessoas querem respostas. O meu parceiro é um sensacionalista e está achando que eu estou perdendo o foco. – O policial desabafava sentindo-se aliviado no confessionário do padre regional.

– Tudo bem, meu filho. Tudo o que conversarmos aqui ficará em segredo, visto que Deus perdoa todos os erros. Precisa saber que, antes de mais nada, você está absolvido pelos seus pecados e por todos os que desabafar comigo. O Salvador irá saber que os seus deslizes – presentes, futuros e passados – serão desculpados. – O padre falava, com a voz suave e dando confiança ao homem esperando que ele ficasse mais sossegado.

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– É muito bom saber disso. Peço humildemente perdão por tudo. Mas o senhor, assim como toda a igreja, ainda serão investigados, pois as mortes estranhas nos últimos dias, têm ligação com as pessoas que frequentam nossa igreja… Acho um absurdo isso! O senhor sempre foi querido por todos e aqui é um lugar sagrado! Não sei mais o que fazer a respeito disso. – O homem falou com a voz um pouco mais melancólica e perdida.

– As mortes fazem parte da vida, é um ciclo sem fim. Não precisa se preocupar comigo e muito menos com a igreja. Já pensou que tem algo fazendo com que nós sejamos culpados? O demônio usa disfarces. Ele pode ser uma criança, um velho ou até mesmo alguém que esteja próximo a você, prejudicando-lhe. As pessoas podem não se dar conta disso, mas eu sei, e Deus também sabe… – O padre disse as palavras como se quisesse que o policial entendesse quais são as suas reais intenções.

– Não entendi o que o senhor quis dizer com “próximo”. Espera, você tem razão! Lembro que Louis, o meu parceiro de trabalho, achou que tudo estava envolvido com a igreja. Relembrando do dia em que ele disse que era ateu e o quanto seguir uma pessoa que não existe é a parte mais doente da humanidade… A sua ex-mulher, que frequentou muito a igreja, lhe traía. O açougueiro, que cozinhou os seus filhos e serviu a carne em uma festa feita pela nossa igreja, era um louco por Deus, segundo Louis… Meu parceiro sempre usou a palavra “paróquia” referindo-se à nossa casa e depois ficou dizendo que eu estava cego. Acho que ele está sendo influenciado por algo maligno, não acha padre!? – O policial disse isso com a voz confusa e esperando uma resposta. O som ecoou por todo o confessionário.

– Lembre-se que Deus vai perdoar todos os seus pecados. Sinto que o seu parceiro de trabalho, o Louis, está causando a má fama da nossa igreja. Acho que o Salvador lhe trouxe até aqui, nesse momento, para que você faça algo por nós. Como padre, eu pequei algumas vezes… A mulher de Louis me seduziu e nós fizemos o pecado da luxúria. O açougueiro sempre vinha confessar os seus pecados e desabafar comigo e eu lhe disse que os seus filhos estavam sugando as suas energias. E as outras pessoas que fizeram coisas terríveis, segundo os meus olhos, estavam apenas sendo atormentadas por demônios. Eu apenas as ajudei! Mas estão todas bem agora. Todos serão e foram perdoados por Deus. Agora é a sua vez! O Criador está contigo e sabe o que deve fazer a esse respeito. – O tom e a voz do padre transformaram-se completamente em algo maligno e malicioso. As suas palavras pareciam ser uma sombra colocando uma arma na mão do policial e apontando para o seu alvo.

– Obrigado padre! Obrigado Deus! Estou ótimo agora!, Não importa o que acontecer depois daqui, serei salvo e o Senhor Todo Poderoso perdoará o meu pecado. Preciso ir. Vou fazer isso pelo Salvador e pela nossa Igreja. Aquele filho da puta ateu vai saber o quanto é imperdoável ir de encontro a nossa fé! – O policial saiu do confessionário, colocou a mão em sua calça e puxou a pistola. O seu companheiro de trabalho estava na viatura policial há alguns quarteirões dali e, quando o encontrasse, tudo seria resolvido.

– Eu lhe redimo de todos os seus pecados, meu filho… – O silêncio do padre, após dizer essas palavras, foi tão cortante quanto milhares de navalhas.

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História de Terror escrita por Sinistro e adaptada por Mundo Sombrio para o site.

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