A História de Terror “O Mistério do Castelo Eldorado”, é baseada na Lenda Urbana de um Castelo situado na cidade de Marilândia do Sul no Paraná.
Certa vez, visitando minha prima em uma cidadezinha no norte do Paraná, fui convidada por ela para conhecer um castelo chamado Eldorado e me empolguei muito com a ideia. Tratava-se de uma construção na zona rural e que ninguém sabia ao certo explicar sua origem.
Fomos em uma tarde de calor e muito ensolarada. Levamos itens para fazermos um piquenique no gramado do surrado jardim da construção. Prometia ser uma tarde de muita alegria, pois o dia era lindo e o local despertava muita curiosidade… Bom, isto era o que eu esperava, até que as minhas expectativas foram tomando outros rumos…
Quando chegamos ao castelo, meus olhos se encheram com tamanha beleza sombria. Ele possuía duas torres, algumas sacadas, mas infelizmente demonstrava traços de abandono, janelas quebradas e muito bolor. Ao entrarmos, o encanto foi ainda maior: havia móveis de madeira maciça, lustres de cristal, piso de mármore trazido da Europa há mais de sessenta anos, paredes com texturas feitas à mão. Porém, o ambiente era muito empoeirado e possuía uma atmosfera enorme de mistério.
Fomos atendidas por uma senhora que minha prima já havia comentado que tinha fama de louca. No início de seu discurso já disse que o local era alvo de muita especulação, que não havia nada de sobrenatural em suas instalações e que existiam muitas lendas sobre o castelo ter sido construído para ser abrigo de Hitler ou para um projeto nazista no sul do Brasil, mas que nada disso era real, pois a construção foi feita por uma família alemã que interessou-se pela região por ter muita madeira e construíram ali uma madeireira que foi a mais forte do Paraná, atraindo muitos moradores e formando a vila Eldorado, que possuía mercado, hotel, farmácia, cinema, hidrelétrica e a comercialização era feita pela moeda própria do lugarejo chamada Boró.
Fiquei muito impressionada, uma vez que aquele cenário descrito pela guia e as fotos ilustrativas nas paredes parecia impossível na região, já que não havia nem vestígios desta vila próspera a não ser o castelo. A justificativa para a falência da potência Eldorado foi que não havia mais madeiramento a ser explorado, mas algo me dizia que não era tão simples assim, havia um mistério naquele local.
Não sei se deixei transparecer minhas suspeitas ou se a guia turística além de perturbada mentalmente, era também fã de brincadeiras macabras, mas ao final de sua fala, ela apontou para nós uma ala do castelo que havia uma mesa enorme com muitos lugares dizendo “vocês veem ali aqueles senhores do Eldorado?”. Ao olharmos, não havia ninguém e ela gargalhou.
Tentei falar com minha prima antes de continuarmos o passeio sob minhas desconfianças, porém ela achou engraçado, disse que o grande lance do castelo é justamente causar estes pensamentos sombrios e mexer com nossas imaginações mais horripilantes. Eu não desisti mesmo assim. Decidi que descobriria o que havia de errado no Castelo Eldorado.
Fiz todo o trajeto do turismo no Castelo. Conheci as suítes dos antigos donos do castelo, de sua filha e de seu filho. Estive em uma das sacadas, subi até o sótão, brinquei nas banheiras luxuosas dos banheiros com um glamour impressionante. Entretanto, só fingia o lazer. Eu observava cada detalhe, e percebi que só visitamos a ala esquerda do castelo, a direita não. Questionei a guia e ela disse que era somente uma impressão minha, visto que todo o castelo fora demonstrado. Não engoli aquilo.
Por conseguinte, ao terminar a parte técnica da visita, ela nos deixou à vontade para tirarmos fotos no salão principal do Castelo e em suas escadarias. Foi então que pude falar novamente com minha prima que novamente debochou de minha suspeita, mas, por fim, consegui convence-la a me dar cobertura para que eu pudesse encontrar a porta secreta que levava à ala misteriosa do castelo. Qualquer situação que me colocasse em risco, ela me ligaria e vice-versa.
Não foi difícil encontrar uma porta suspeita na construção. Logo ao lado da escada de luxo havia uma escada para funcionários, assim subi por ali. Então, ao terminar o lance de escadas, lá estava uma portinha que em nada condizia com o ambiente do castelo. Era muito simples e igualmente deteriorada pelo tempo. Não pensei duas vezes e adentrei.
O ambiente era muito escuro, não conseguia enxergar quase nada. Acionei a lanterna de meu celular e foi quando o terror começou. Atrás de mim uma voz repleta de fúria me falou “Quem lhe mandou até aqui? Não sabe que não gostamos de ser incomodados?!”. Eu gelei. Então, me voltei para porta imediatamente e tentei sair, mas era tarde demais, eu estava trancada lá.
Comecei a gritar, no entanto, parece que meus gritos se abafavam dentro de mim mesma e um turbilhão de vozes falavam a minha volta. Crianças choravam, cachorros uivavam, correntes se arrastavam. De repente, fiquei paralisada e não conseguia voltar meus movimentos. Aquele tormento de sons não sessava até que perdi os sentidos.
Acordei com minha prima e a guia turística sinistra me olhando com panos molhados com água fria. Para mim tudo acontecera rapidamente, questão de segundos, mas elas me falaram que já havia passado três horas! Então, quando já estava um pouco melhor, a guia turística me explicou o que havia acontecido.
O castelo Eldorado foi de fato uma grande potência na região no passado. Todavia, nem tudo eram flores e progresso. Por trás deste crescimento, existia uma perversidade da família original que havia construído o castelo. Eles escravizavam pessoas e as torturavam das formas mais cruéis possíveis, apenas pelo prazer de fazê-lo. Nem mesmo as crianças e os animais das famílias escravas eram poupados. Até o dia que a família alemã, verdadeira dona do Castelo, chegou e descobriu o tamanho do mal cometido.
Eles entraram em luta contra a família original, porém a família preferiu assassinar todos seus escravos e as famílias que viviam em torno do castelo do que aceitar a intervenção dos alemães. Eles cometeram a atrocidade nesta ala misteriosa do castelo e fugiram, ninguém nunca mais os viu.
Quando a família alemã adentrou no castelo, encontraram os corpos fétidos nesta ala e logo os fatos sobrenaturais começaram a acontecer. Aquele lugar era de muita dor e sofrimento, as almas dos torturados e mortos não conseguiam descansar e sugavam energia de quem entrasse lá para manter-se vagando.
Deste modo, a família alemã tratou de reconstruir junto aos sobreviventes a história de Eldorado, mas não tinham experiência com administração suficiente para tal e, por isso, o vilarejo foi se definhando até não existir mais.
O fato tornou-se um segredo justificando o motivo das pessoas acharem a atual guia louca, pois ela sente-se perturbada por carregar este fardo sozinha, objetivando que as almas não suguem muitas energias e permaneçam presas naque le lado do castelo, afinal, não sabemos o que pode acontecer se escaparem de lá…
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