No dia primeiro de fevereiro de 1974, o Brasil todo parou para acompanhar um dos maiores incêndios acontecidos no país. Com vários funcionários dentro do local, o conhecido Edifício Joelma começou a pegar fogo em diversos andares muito rapidamente.
Esse incêndio foi causado por um curto-circuito no sistema de ar-condicionado do Edifício Joelma, inaugurado havia dois anos, no centro da capital paulista. Em quatro horas de fogo, a temperatura chegou a 700 oC e, no final, 191 pessoas morreram (queimadas ou ao se jogarem do prédio, em desespero) e mais de 300 ficaram feridas.
O momento parou o Brasil principalmente por toda a cobertura ao vivo das emissoras, que mostravam as pessoas saltando do Edifício para não morrerem queimadas.
O edifício foi restaurado e seu nome também foi mudado. No entanto, as chamas da tragédia fizeram com que surgissem inúmeros rumores sobre o passado do terreno da estrutura.
Edifício Joelma: Terreno Amaldiçoado?
Acredita-se que o local tenha sido, antigamente, um pelourinho — o cenário de inúmeras execuções de pessoas escravizadas e de criminosos. Além disso, outra situação horrível aconteceu por ali. Antes de o Joelma ser construído, outra tragédia já havia ocorrido naquele terreno, em 1948. O professor Paulo Ferreira de Camargo, 26 anos, matou a mãe e duas irmãs, e escondeu os corpos no fundo de um poço, no quintal da casa. Ele negou a autoria do crime, embora fosse o principal suspeito. Duas semanas depois, quando a polícia começou a cavar o poço em busca de vestígios, Paulo se matou.
Até hoje não se sabe ao certo consenso sobre os motivos que levaram o professor a cometer esses assassinatos. O crime ainda provocou outra morte: um dos bombeiros que fizeram o resgate no poço morreu de infecção cadavérica por manusear os corpos sem proteção de luvas. Há quem acredite que o incêndio do Joelma seja fruto de uma maldição relacionada ao Crime do Poço.
Edifício Joelma: Mensagem dos Mortos
Uma das vítimas fatais do Edifício Joelma foi a digitadora Volquimar Carvalho dos Santos, que trabalhava no 23º andar do prédio. Ela e seus colegas tentaram sair do prédio, mas foram barrados por outros que também tentavam se salvar. Por causa disso, subiram para o telhado, que foi o local de sua morte. A história ficou conhecida devido a uma carta dela, psicografada por Chico Xavier e publicada no livro Somos Seis.
Em 1979, A história de Volquimar virou filme. ‘Joelma, 23º Andar’ foi dirigido por Clery Cunha e protagonizado por Beth Goulart no papel de Lucimar (o nome verdadeiro foi alterado no longa). Ele foi baseado nas psicografias de Volquimar feitas por Chico Xavier, ou seja, o roteiro foi escrito pelo espírito de Volquimar.
O filme ‘Joelma, 23º Andar’ foi o primeiro filme brasileiro com temática espírita e o único que retratou o trágico incêndio do Edifício Joelma.
O longa-metragem teve uma boa aceitação do público, mas se tornou um dos mais assustadores do cinema brasileiro por conta de uma cena.
Enquanto as atrizes do longa encenavam o momento em que algumas mulheres ficaram rodeadas pelo fogo, o diretor encontrou alguns rostos na parede. Veja abaixo:
Os atores que acompanharam o momento acreditam que a aparição é do rosto de alguma pessoa que morreu no Edifício Joelma.
O Mistério das ’13 Almas’
Nos escombros do Edifício Joelma, 13 cadáveres foram encontrados dentro de um elevador. Na época, sem meios de fazer a identificação dessas vítimas, os corpos foram enterrados lado a lado no Cemitério São Pedro, com a lápide “As Treze Almas”. Tempos depois, o zelador do cemitério e alguns visitantes passaram a ouvir gritos e lamúrias vindos das sepulturas. Para “aliviar a dor dos mortos”, eles jogaram água nos túmulos (já que as pessoas morreram queimadas) e os gritos pararam. Desde então, o local atrai devotos, que atribuem às 13 almas várias graças alcançadas e, em gratidão, deixam um copo de água em cima de cada túmulo.
O Caso do Escritório de Advocacia
Em um escritório da advocacia, alugado pouco tempo após a re-inauguração do edifício, mas agora com o nome de Praça da Bandeira, uma assistente ficou até mais tarde para organizar os documentos deixados no final do expediente.
Como já era tarde da noite, e devido a existência de muitas salas ainda vazias e sem utilização, o prédio mantinha um silêncio sombrio e assustador.
Isso em conjunto com as lembranças do incêndio que ocorreu no passado, produzia um ambiente ainda mais assustador.
Dado momento, a assistente ouviu um barulho na ante-sala do escritório, como se a porta tivesse sido aberta. Assim que foi olhar, a porta se encontrava fechada, como havia estado antes. Então ela imaginou que fosse uma outra porta em outra sala do mesmo andar que havia feito aquele ruído.
Por conseguinte, ela ouviu o barulho novamente e, assim que se virou, viu um vulto de uma mulher passando pela ante-sala. Ela se assustou muito, chegando a dar uma grito. Foi observar novamente e não havia ninguém no local, apenas ela. Rapidamente pegou suas coisas e saiu do escritório. Quando foi trancar a porta, novamente viu o vulto de uma mulher no fundo do corredor, desaparecendo em seguida.
A assistente tratou de deixar o edifício e tempos depois se demitiu, pois havia a necessidade de ficar alguns dias até mais tarde e ela não concordou com a solicitação, temendo ver aquele vulto novamente ou algo ainda pior.
O Caso do Motorista de Estregas
Havia chegado com minha perua Kombi no sub-solo do “Edifício Praça da Bandeira, para entrega de algumas encomendas, isso aproximadamente às 20h.
Estacionei como de costume, sendo que meu ajudante retirou as encomendas da perua para entregá-las no local solicitado. Permaneci então ali dentro da perua sozinho, aguardando o retorno do ajudante para irmos embora.
Algum tempo depois, como que por espanto, vi surgir no fundo do estacionamento uma mulher vestida toda de branco, sendo que ela veio se deslocando em direção à minha perua.
Nesse momento notei que ela não estava caminhando, mas sim flutuando a alguns centímetros do chão, indo em direção à outra parede do estacionamento, desaparecendo em seguida.
Saí então da perua e subi até o andar onde estava meu ajudante, e contei para ele o acontecido, saindo em seguida rapidamente do Edifício.
Hoje evito de todas as maneiras fazer entregas à noite naquele local.
Edifício Joelma no programa Linha Direta Mistérios
Conclusão sobre o Edifício Joelma
Não há dúvidas que o incêndio no Edifício Joelma foi uma das maiores tragédias ocorridas no Brasil e que, ainda hoje, causa tristeza nos familiares e amigos dos mortos padecidos por ela.
Essa história também nos revela muitos mistérios, lendas e/ou relatos advindos da tragédia. Será que ainda existem mais mistérios a serem contados? Esperamos por eles!
Imagem de capa: Ico Yuji