Quem nunca foi apaixonado por Pokémon? Caçar essas criaturas, assisti-las, jogar no Nintendo, comprá-las por uma pechincha, uma infância repleta de nostalgia… Porém, nem todos os monstrinhos eram adoráveis.
Eu tinha apenas oito anos quando, todas as tardes após o café, eu acompanhava Pokémon na televisão, sem perder um único episódio. Mas algo estranho aconteceu em um episódio que nunca havia visto antes, despertando minha curiosidade. Surgiu um Pokémon, a evolução do Drowzee, chamado Hypno. Sendo do tipo psíquico, ele possuía habilidades de hipnose. E foi então que uma melodia arrepiante começou a tocar:
“Venham, crianças, acompanhem-me, e serão seguras e felizes. Longe de casa, venham correndo, com Hypno vocês terão diversão de sobra.
Ó, crianças, não chorem, pois Hypno não faria mal a uma mosca… Sejam livres para se divertirem, sejam livres para brincarem, venham comigo e permaneçam em minha caverna…
Ó, crianças, por favor, não resistam. Esta corda, eu sei, os manterá firmes… Agora, olhem para mim, o pêndulo chama, balançando para frente e para trás, suas pálpebras se fecham.”
Ó, crianças, não podem partir, pois suas famílias sofrerão. Mentes em desordem, ao que parece, me permitindo assombrar seus sonhos.
Não gritem, não chorem. É hora de dormir, pequeninos. Vocês não foram prudentes e agora ficarão comigo para sempre.”
Esse episódio me atormentou, causando um trauma profundo tanto no Pokémon quanto na música. Passaram-se três semanas sem exibição de Pokémon, então pedi a minha mãe se ela poderia comprar um CD para que eu pudesse assistir. Ela comprou e, na capa, estava o Hypno, o Pokémon daquela melodia. Achei estranho, mas estava ansioso para ver. Corri para o quarto, fechei a porta, peguei um lanchinho reconfortante e coloquei o DVD para rodar. A tela ficou negra por um instante e, depois de alguns minutos, o Hypno apareceu todo coberto de sangue. Ele caminhou até desaparecer. A câmera se afastou dele e revelou três sepulturas com os nomes escritos:
“Ash Ketchum”
“Misty”
“Brock”
Ele teria realmente matado os personagens principais? Não… isso era impossível. Desliguei a TV e tentei apagar da memória o que acabara de presenciar. Deveria ter sido apenas minha imaginação. Fui escovar os dentes antes de dormir, estava realmente exausto. Deitei-me para descansar… mas não conseguia. Virava de um lado para o outro, abria e fechava os olhos, sentindo um peso opressor em minha cabeça. Quando deu 6:00 da manhã, finalmente “peguei no sono”. Acordei… mas não havia sonhado com nada.
Duas semanas se passaram e eu continuava sem sonhar. Estava exausto, com olheiras profundas e dores de cabeça constantes. Não tinha apetite, não conseguia realizar minhas tarefas diárias e até mesmo evitava conversar com meus pais. Preocupados, eles me levaram ao médico, mas nem mesmo os especialistas conseguiram identificar a causa do meu problema. Alegaram que eu estava enfrentando dificuldades para dormir e decidiram que eu deveria passar a noite no quarto deles. Confesso que me senti aliviado com a ideia.
Ao ligar a televisão para ver se havia algum desenho animado, deparei-me com a abertura de Pokémon. Uma sensação de alegria percorreu meu corpo e me sentei para assistir. Ash estava prestes a enfrentar um adversário em uma batalha Pokémon. Já fazia tempo que eu não acompanhava uma batalha, esperava ansiosamente que ele escolhesse o Pikachu! No entanto, para minha surpresa, ele optou por outro Pokémon, e quando fui verificar qual era, era o Hypno… desde quando Ash possuía esse Pokémon?
Em seguida, Ash ordenou que o Hypno usasse o movimento “tendência suicida”, um golpe do qual nunca havia ouvido falar. O Pokémon se autodestruiu para eliminar o oponente. Sangue jorrou pelo chão e, abruptamente, o episódio saiu do ar. Fiquei completamente chocado e a imagem não saía da minha mente durante a noite toda.
Chegou a hora de nos arrumarmos para dormir e eu fiquei no meio dos meus pais. Fechei os olhos, mas não conseguia pegar no sono. De repente, ouvi um ruído. Levantei um pouco a cabeça e percebi que a televisão estava ligada. Aparecia apenas uma tela sem sinal, acompanhada de um irritante chiado. Decidi me aproximar e desligar para tentar dormir. Quando cheguei bem perto, a melodia começou a tocar naquele exato local:
“Venham, crianças, acompanhem-me e serão seguras e felizes. Longe de casa, venham correndo, com Hypno vocês terão muita diversão.
Ó, criancinhas, por favor, não chorem, Hypno não faria mal nem a uma mosca… Sejam livres para se divertirem, sejam livres para brincarem, venham comigo e permaneçam em minha caverna…
Ó, criancinhas, por favor, não se debatam. Esta corda, eu sei, irá segurá-los firmemente… Agora, olhem para mim, o pêndulo chama, balançando para frente e para trás, suas pálpebras se fecham.
Ó, crianças, vocês não podem partir, pois suas famílias sofrerão. Mentes desintegrando-se, aparentemente, permitindo-me assombrar seus sonhos.
Não gritem, não chorem. É hora de vocês irem dormir. Criancinhas, vocês não foram espertas e agora permanecerão comigo para sempre.”
Afastei-me rapidamente da televisão, e para minha surpresa, a tela ficou amarelada e algo absolutamente impossível ocorreu. A maldita criatura do Pokémon estava emergindo daquela tela. Aquilo só podia ser um sonho, não era real. Pokémons não são reais. Seus olhos estavam mergulhados na escuridão, e um sorriso sinistro se estampava em seu rosto. Começou a balançar o pêndulo e soltou uma risada macabra. Meu grito ecoou alto enquanto fugia do quarto, descendo as escadas rumo à cozinha. Lágrimas escorriam pelo meu rosto, e eu sentia a presença maligna dele permeando tudo ao meu redor. Aquela maldita música continuava a ecoar em minha mente. Meus pais acordaram assustados com o alvoroço e vieram atrás de mim. Eu precisava me esconder daquela criatura, então retornei ao meu quarto.
“Filho, onde você está? O que aconteceu?”, gritavam meus pais, procurando por mim.
Meu pai ouviu um ruído vindo do meu quarto e subiu correndo. A porta estava entreaberta, e o som de algo se arrastando ecoava pelo ambiente. Ele entrou no quarto e deparou-se com o Pokémon me enforcando.
“Que diabos é isso? Solte meu filho, seu…”, meu pai começou a dizer, mas foi interrompido.
O Pokémon olhou para o meu pai e o puxou para mais perto. Jogou-me brutalmente ao chão e começou a levitar meu pai, arremessando-o contra as paredes repetidamente, quebrando seus ossos um a um. Finalmente, cansou-se e o soltou. Eu apenas fugi, chorando de horror e medo. Minha mãe, que havia ouvido a comoção, me encontrou nas escadas.
“Filho, acalme-se. O que aconteceu? Onde está seu pai?”, minha mãe tentava me tranquilizar.
“Ele está vindo, mãe. O Pokémon maléfico. Vamos sair daqui!”, eu disse a ela, em pânico.
Olhei para trás e lá estava ele… sorrindo e balançando seu pêndulo. Minha mãe se virou lentamente, e ele falou:
“Olá, mamãe.”
Com poderes psíquicos, ele fez minha mãe me soltar e a levitou, movendo os dedos para quebrar cada membro do seu corpo. Chorei alto, e ele voltou seus olhos para mim.
“Não chore, minha criança. Estou aqui por você. Vamos ser felizes juntos. Não vou te machucar, apenas quero devorar seus sonhos. Venha comigo.”
Ele se aproximou de mim, seu pêndulo continuava a balançar. Estendeu a mão e disse:
“Vamos, venha comigo. Teremos muita diversão.”
Sem hesitar, segurei sua mão, e ele me levou embora.
“Um trágico incidente ocorreu em uma residência, um caso verdadeiramente perturbador. A polícia foi chamada ao local após um vizinho relatar ouvir barulhos e gritos vindos da casa. Ao chegarem, depararam-se com a cena chocante: uma mulher brutalmente assassinada. Realizaram uma busca minuciosa pela casa, mas encontraram apenas as imagens capturadas pelas câmeras de segurança. O que viram nas gravações era aterrorizante. O próprio filho do casal aparecia como o responsável pelos assassinatos do pai e da mãe, mas os detalhes de como e com qual objeto permaneciam um mistério. O menino havia desaparecido, deixando para trás apenas um desenho perturbador: uma criatura amarela sinistra levando consigo uma criança em direção a um destino desconhecido. O caso deixou todos perplexos e assombrados pela violência inexplicável.
A polícia continuou a investigar, mas os eventos bizarros e macabros envolvendo o Pokémon maléfico permaneceram sem respostas. Os rumores se espalharam, alimentando histórias de terror e criando um clima de medo na pequena comunidade. As pessoas começaram a questionar a própria segurança e a existência de forças sombrias além de sua compreensão.
A verdade por trás desse horror continuava oculta nas sombras, deixando todos temerosos do que poderia estar à espreita em um mundo que antes era visto como inocente e cheio de diversão. As fronteiras entre a realidade e a fantasia começaram a se desfazer, deixando cicatrizes profundas nas mentes daqueles que testemunharam ou ouviram falar desses eventos sinistros.
Enquanto as autoridades lutavam para desvendar os mistérios que assombravam a cidade, o pesadelo persistia, e uma pergunta ecoava na mente das pessoas: o mal estava apenas nos Pokémons, ou havia algo muito mais obscuro e sinistro em jogo? O medo se espalhava como uma sombra sinistra, abraçando a todos e garantindo que ninguém pudesse dormir em paz novamente.
Eu sei que você já viu Hypno… afinal Hypno vê você todo dia.
“Não é real, é apenas um Pokémon”. Hypno é real sim… e ele vai te buscar. Ele observa você todo dia, toda noite, afinal sua insônia na madrugada é ele.. comendo seus sonhos, te hipnotiza para dormir e terminar seu banquete. Ele não é apenas um Pokémon ele é o que você menos espera ser. Não tente se esconder ou ignorar ele vai te buscar e te levar… afinal isso é apenas diversão.. ele não irá te machucar ele só quer… ele só quer te ver… feliz.