O Coveiro e a Boneca do Cemitério

por Mundo Sombrio
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No escuro e desolado cemitério municipal, o coveiro José cuidava dos túmulos e dos corredores silenciosos daquele campo santo, há mais de 20 anos.

Além de coveiro, também era zelador, pois ao ser contratado, há muito tempo, alegou “ser sozinho” e procurava moradia. Então ele passou a morar num alojamento da área administrativa. Havia, além dele, outros funcionários que auxiliavam na função de coveiro.

Uma tarde, enquanto a chuva caía forte, um enterro chamou sua atenção. Era o funeral de uma menina pequena, e a dor da mãe ressoou pelo ambiente. Entre soluços, a mãe disse sobre o caixão:

“– Não tenhas medo, meu amor. Um dia vou me encontrar com você!”

No final da cerimônia a mãe se aproximou do Sr. José, que estava com o crachá escrito “Coveiro”, e pediu-lhe um favor: ela passou-lhe uma boneca, para ele colocar na sepultura de sua filha e implorou-lhe para cuidar dela (da boneca). Seu José, comovido, aceitou.

No dia seguinte, enquanto varria a entrada do cemitério, encontrou a boneca num banco que havia próximo. Ele pensou que alguém tivesse mexido no túmulo dàquela menina. Então ele a pôs de volta na sepultura.

Mas dia após dia, a boneca aparecia novamente no mesmo banco. Intrigado, Seu José decidiu vigiar a sepultura dàquela menina, durante a noite.

Então ele viu, espantado, o espírito da menina emergindo de seu túmulo, pegando no pulso da boneca e levando-a para o banco, próximo da entrada do cemitério. Mas ao invés de sentir medo, Seu José sentiu uma estranha paz, como se a menina fosse “um anjinho”!

Ele nunca tinha presenciado nenhum outro episódio sobrenatural, em todos os seus 20 anos de serviço!

E durante três dias e três noites, Seu José fez o mesmo procedimento: levou a boneca de volta para a sepultura (conforme a pobre mãe havia lhe pedido), pela manhã e, à noite, assistia as mesmas cenas.

A menina sentava-se nàquele banco, abraçando a boneca e esperando alguma coisa. Na terceira noite, Seu José se armou de coragem, se aproximou devagar e perguntou com delicadeza:

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“– O que você está fazendo aqui?” – e ela respondeu com voz doce, como a criança que era:

“– Estou esperando minha mãezinha! Ela disse que um dia virá.”

Os anos passaram e Seu José se acostumou com aquela presença da “pequena fantasma”. Aquela cena se repetia noite após noite, com a menina esperando pacientemente por sua mãe.

Uma noite, Seu José ouviu uma batida suave na porta da sua guarita de trabalho. Abriu e, para sua surpresa, lá estava a menina, diante dele:

“– Venho agradecer por cuidar da minha boneca todos esses anos! Amanhã não estarei mais sozinha. Minha mãe virá e vamos embora!”

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O Sr. José sentiu um nó na garganta, enquanto assistia aquele doce espírito desaparecer. No dia seguinte, um cortejo fúnebre chegou no cemitério. Trazia o caixão com a mãe da menina, que tinha falecido.

Desde então, Seu José nunca mais viu a “pequena fantasma”. E toda vez que passava pela sua sepultura, com a boneca sobre ela, derramava lágrimas de saudade, mesmo sem nunca as ter conhecido em vida.

Outros anos se passaram e, uma noite antes de Seu José chegar ao fim de sua Jornada, ao passar em passos lentos e arrastados por àquele banco, viu mãe e filha finalmente juntas, sentadas e felizes.

*****

Relatado pelos seus colegas, como homenagem póstuma ao Senhor José, pelos muitos anos de serviço, e que tantas vezes ouviram com respeito esta bela história. Publicado na obra “Miedo e Escalofrios”, Guadalajara, México.

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