Eram duas horas da tarde e, ao sair do seu banho diário, Liss sentiu seu coração a saltar no peito. Atrás dela ouviu vários passos, duas pegadas molhadas, também saindo do banheiro. Para ela ficou evidente: algo a perseguia pela casa.
Liss fugiu, alguém invisível estava com ela nessa tarde, algo não humano nem natural. Correu para casa da mãe, que ficava próxima, e contou-lhe o que lhe aconteceu.
Sua mãe preocupada, ao ver seu nervosismo, deixou suas tarefas e foi com ela verificar. Mas quando chegou, não conseguiu ver nada, nem ouvir nenhum som.., nada.
Sua filha não era de inventar coisas, muito menos de mentir. Liss sempre foi corajosa, mas desta vez algo a assustou. Mais tarde, o marido chegou e Liss contou-lhe tudo, enquanto a mãe preocupada, ainda estava sentada na sua sala.
Liss chorava triste e muito impressionada. Dava dó no coração ao vê-la, pois ela sentia um medo honesto, uma preocupação inevitável, mas que era difícil de entender.
Mãe e marido tentaram acalmá-la, chamá-la à razão. Para eles, talvez tenha sido um ‘stress’ ou a sua imaginação. Eles garantiram-lhe que trariam um padre para benzer a casa no dia seguinte. E Liss, então, ficou mais tranquila.
Mas no dia seguinte, às 2 da tarde, aconteceu: enquanto Liss tomava banho, escorregou na banheira e bateu com a cabeça, ficando submersa por vários minutos na água e, assim, perdeu sua vida.
Então seu espírito saiu à vagar pela casa, deixando duas pegadas molhadas pelo chão.
Foi o marido dela que a encontrou ao chegar em casa. Ela estava com o corpo inchado por causa da água nos pulmões.
À noite, sua mãe chorava no velório da filha, enquanto comentava com as amigas, que sua filha havia sentido algo na tarde do dia anterior:
“– Ela disse que passos molhados de um fantasma a assustaram na casa”.
E todos entenderam, que foi a própria Liss que, de alguma forma, “viveu” antecipadamente essa cena.
O marido dolorosamente chorava, ao lembrar que o Padre prometido, ao invés de benzer a casa, encaminhava agora o seu amor… para o sono eterno!
Por Dolly M., da obra “Medo e Calafrios”.