Josephine Myrtle Corbin, conhecida posteriormente como A Mulher com 4 Pernas, nasceu com uma anomalia conhecida como Dipygus em 12 de maio de 1868 em Lincoln County, Tennessee e morreu em 6 de maio de 1928 em Cleburne, Texas. Isso significa que ela tinha duas pélvis separadas lado a lado da cintura para baixo, como resultado da divisão do eixo do corpo à medida que se desenvolvia.
Cada uma de suas pernas internas menores era emparelhada com uma de suas pernas exteriores e maiores. Ela era capaz de mover suas pernas internas, porém elas eram muito fracas para andar.
Os pais de Corbin eram William H. Corbin, 25 anos na época do nascimento de sua filha, e Nancy Corbin (nascida em Sullins), 34 anos.
Ambos os pais foram descritos por médicos que examinaram o bebê logo após seu nascimento como sendo muito semelhantes na aparência, “ambos com cabelos ruivos, olhos azuis e pele muito branca”; na verdade, eles se pareciam tanto que os médicos se até acharam que eles eram “parentes de sangue”. Os Corbins tiveram quatro filhos e quatro filhas no total, incluindo uma filha do primeiro casamento de Nancy.
O nascimento do bebê Myrtle não foi marcado por nenhum problema durante o parto segundo sua mãe, mas sim um golpe de sorte, pois os médicos teriam dito que a situação da criança mataria uma das duas, ou talvez as duas.
Corbin logo se mostrou uma criança forte. Pesando 10 quilos três semanas após seu nascimento, e foi relatado em um jornal publicado no final daquele ano que ela “mamava de forma saudável” e estava “evoluindo bem”.
Corbin entrou no circuito de shows com o apelido de “Mulher com 4 Pernas do Texas” quando ela tinha 13 anos; um de seus primeiros panfletos promocionais descreveu-a como sendo “gentil como o sol de verão e tão feliz quanto o dia é longo”.
Sua popularidade nesta indústria era tal que outros artistas passaram a exibir performances de quatro pernas falsificadas. Uma vez que a própria Corbin não estava mais se apresentando, várias falsas mulheres de quatro pernas apareceram. Aos 19 anos, ela casou-se com Clinton Bicknell.
Na primavera de 1887, aproximadamente um ano depois de se casar com Bicknell, Corbin engravidou pela primeira vez: a gravidez foi descoberta pelo Dr. Lewis Whaley, de Blountsville, Alabama, que foi chamado depois que Corbin começou a sentir dores no lado esquerdo, febre, dor de cabeça e um apetite reduzido.
Além disso, o médico observou que “vômitos e amenorreia persistiram por dois meses”. Whaley passou a escrever o caso para o Atlanta Medical and Surgical Journal, o que levou a um ressurgimento do interesse do público em Myrtle ao longo do final da década de 1880, agora conhecida em revistas médicas como “Sra. B”.
Examinando Corbin, Whaley descobriu que a duplicação de seus órgãos sexuais externos foi espelhada por uma duplicação semelhante internamente. Ele determinou que a gravidez Sra. B estava acontecendo no útero esquerdo.
De acordo com Whaley, ao ser informada de que estava grávida, ela respondeu em descrença, dizendo:
“Se estivesse no meu lado direito eu acreditaria e diria que você está certo.”
A partir deste comentário, os médicos entenderam que Corbin preferia ter relações sexuais pelo órgão que ficava no lado direito, e este fato foi comentado em vários relatórios subsequentes.
A gravidez fez com que Corbin ficasse gravemente doente, e depois de consultar os colegas, Whaley decidiu realizar um aborto oito semanas após seu exame inicial (ela estava, supostamente, entre três e quatro meses de gravidez na época). Ela se recuperou completamente, e o procedimento (assim como sua anatomia única), não a impediram de levar com sucesso futuras gestações.
Enquanto revistas médicas em toda a América e em todo o mundo voltavam suas atenções para uma Corbin agora madura, detalhes sobre sua personalidade revelaram um senso da própria mulher: um artigo observou que “A Sra. B…. a Myrtle Corbin de dias atrás, [é] atraente no rosto, fisicamente saudável, e capaz de atender a todos os seus deveres domésticos”, enquanto ela era descrita em outras notícias como sendo “muito inteligente” e “uma mulher refinada, de um bom gosto musical”.