Quem é cristão católico e vive de acordo com os ensinamentos bíblicos de sua crença, respeita muito a época da Semana Santa e da Quaresma, que é a que estamos vivendo agora. Épocas em que dizem que o Capiroto e seus asseclas circulam livremente por aí. Abrem-se portais para que fiquem vagando “com permissão”. O que vou contar agora, se passou com meu avô que já não mais está entre nós há tempos.
Meu avô era um homem maravilhoso, ótimo pai de família e o avô mais doce e querido da face da Terra. Era um negro forte e saudável. Cuidava de sua roça e adorava pescar e caçar com os amigos. Gostava também de tomar uns “gorós”.
Na Semana Santa, em plena sexta feira de lua cheia, ele e os amigos resolveram que iam sair para caçar debaixo de muita bronca, reclamação e avisos de minha avó, bisavó e vizinhos que pediam para que eles não fossem, pois era Sexta Feira Santa. Lógico que não deram ouvidos.
Todo valentão, pegou sua Winchester, seus apetrechos de caça e se embrenhou na mata escura, clareada somente pela luz da lua com os amigos dele.
Lá se separaram e ele permaneceu de tocaia atrás de uns arbustos. Passado algum tempo, ouviu um barulho e preparou-se com a Winchester em punho. Apareceu mais adiante a alguns metros, um cervo enorme e muito bonito. Meu avô disse que nunca vira um animal tão robusto e grande como aquele. Vagarosamente ele mirou na cabeça do cervo e atirou. O cervo ficou parado encarando-o.
Meu avô estranhou, pois tinha certeza que tinha acertado o tiro e, mesmo se tivesse errado, o cervo, com o barulho do estampido do tiro, se assustaria e fugiria.
Preparou a arma, novamente mirou e viu que o cervo chegava mais para perto dele. Disparou outro tiro e nada do bicho cair.
O cervo raspava suas patas dianteiras no chão como um touro bravo faz para avançar e cada vez mais se aproximava de meu avô. Este, já estava apavorado, pois percebeu que aquilo não era normal, então começou a correr. Só ouvia o trotar do cervo atrás dele. E daí ele não lembra mais de nada.
Meu avô foi encontrado pelos amigos no outro dia todo machucado como se tivesse levado uma surra e sua Winchester nunca foi encontrada.
Ao ser levado para casa, ouviu por dias o sermão de minha avó e bisavó dizendo que aquilo havia sido uma lição, um castigo por ele ter desrespeitado a Sexta Feira Santa.
Quando ele nos contava esse relato, ficava muito sério enquanto fumava o cigarrinho de palha dele em sua cadeira de balanço.
Por: Sílvia Restani
5 comentários
esse site é um achado para quem é fã do sobrenatural. Muito obrigado equipe do mundo sombrio excelentes conteudos
Muito obrigado Lucas! Esteja sempre conosco! Abraços Sombrios!
História que nos deixa pensando….
Obrigado por seu comentário Carlos! Esteja sempre conosco. Abraços Sombrios!
Na verdade sou eu quem deve agradecer…amo de verdade esse site !!!!! Parabéns !!!
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