Havia um garoto chamado Lenny que amava demais o Halloween. Era seu feriado favorito e ele sempre tentava celebrá-lo em grande estilo. Todo ano, ele economizava dinheiro e comprava a melhor máscara, a melhor roupa, as melhores decorações.
Esse ano não foi diferente. Lenny estava se preparando para ir a uma festa de Halloween na casa de seu amigo. Vestiu um casaco preto desgrenhado, grandes botas pretas e uma capa longa e esvoaçante. Então, ele colocou sua máscara de Halloween e se admirou no espelho.
Era a máscara mais assustadora e horrenda que ele já tinha visto. Ele tinha certeza de que todos na festa ficariam aterrorizados quando pusessem os olhos nela. Ele causaria a inveja de todos os seus amigos.
Quando Lenny apareceu na casa de seu amigo, a festa já tinha começado há um tempo. Ele conseguia ouvir o som surdo da música vindo de trás da porta. Ele tocou a campainha e seu amigo atendeu. Ele o cumprimentou e pediu que Lenny entrasse.
O garoto olhou ao redor da sala e viu que algumas pessoas estavam dançando e outras conversando, rindo, bebendo e mordiscando o bufê. Havia bruxas, fantasmas, esqueletos, vampiros e zumbis. Nenhuma das máscaras era muito assustadora. Lenny tinha certeza de que ele tinha a melhor de todas. Se tivesse um concurso, com certeza a dele ganharia de lavada.
Ele ficou quieto em um canto esperando que alguém fizesse algum comentário sobre a sua máscara, mas ninguém prestou atenção nele. Ele ficou bastante desapontado. Vagando pela sala, tentou dar a todos uma boa visão da sua horripilante máscara de halloween. Ele queria que eles tivessem medo. Ele queria causar um rebuliço.
Uma garota deu um tapinha no ombro dele e começou a conversar com ele.
— Ei, de qual personagem é a sua fantasia? – ela perguntou.
Lenny tentou responder, mas ele descobriu que não conseguia mexer a boca. A máscara estava muito apertada. Ele ficou meio que envergonhado, então se virou e foi para a cozinha pegar um copo de ponche de Halloween.
Ele tentou tirar a máscara para poder tomar uma bebida, mas ela não se mexeu. Parecia estar grudada no rosto dele. O garoto puxou e esticou, mas ele não conseguiu tirá-la. Lenny então passou a ficar preocupado.
Fazia calor dentro de casa e Lenny suava demais sob a máscara. Ele precisava tirá-la. Ele precisava tirá-la agora e de qualquer jeito.
Agarrando uma faca na gaveta da cozinha, ele entrou no banheiro e trancou a porta. Ele olhou no espelho e começou a arranhar e rasgar a máscara, mas a cada corte que fazia nela, doía ainda mais. Era como se a máscara estivesse firmemente presa à sua pele.
Desesperado, ele passou a tirar pequenas tiras de borracha e joga-las na pia.
Gradualmente, uma fila enorme se formou do lado de fora do banheiro e as pessoas começaram a ficar impacientes, batendo na porta e gritando: “O que está acontecendo aí?”
Lenny estava em pânico tentando tirar o resto da máscara, mas ela permanecia teimosamente no lugar. Ele não conseguia entender o que estava errado.
“E se não sair mais?”, ele se perguntou. “E se ficar presa no meu rosto para sempre?”.
Então ele começou a cortar novamente a máscara e arrancando pequenos pedaços dela.
Mais e mais pessoas estavam batendo na porta. “Vamos lá!”, eles gritavam, “O que você está fazendo aí?”.
De dentro do banheiro, eles ouviram Lenny gritando:
— Não vai sair! Minha máscara, não vai sair!
As pessoas reunidas do lado de fora do banheiro estranhamente se entreolharam.
Uma das meninas ficou intrigada e disse:
— Máscara? Mas ele não estava usando nenhuma máscara…