O velho morava sozinho em uma casa antiga e em ruínas perto do mar. Seu jardim estava coberto de plantas que foram esquecidas e sua casa estava cercada por várias árvores velhas e retorcidas.
Ele era um recluso e raramente se aventurava fora de casa. Ninguém sabia o nome dele ou de onde ele teria vindo. Aqueles que o viram, disseram que ele tinha longos cabelos negros, um rosto enrugado e olhos escuros e penetrantes. Às vezes, os vizinhos o viam mancando com uma bengala.
Dizia-se que o velho era extremamente rico e extremamente fraco. Havia rumores de que ele mantinha uma fortuna em ouro escondida em algum lugar de sua casa empoeirada.
Os rapazes adoravam provocar o velho, gritando com ele e chamando-o de nomes sempre que passavam pela casa dele. Às vezes até atiravam pedras na casa dele e quebravam os vidros das janelas velhas. Ocasionalmente, algumas das crianças mais velhas iam até a casa e espiavam pelas janelas empoeiradas apenas para vê-lo.
Uma noite, três criminosos decidiram roubar o velho. Eles estacionaram o carro do lado de fora da casa e ficaram sentados no escuro, esperando até a hora certa. O plano deles era ameaçar o velho e fazê-lo dizer onde sua fortuna estava escondida. Se isso não funcionasse, eles o eliminariam.
A lua brilhava na casa antiga e o vento soprava através dos galhos das árvores velhas e retorcidas. Quando as luzes da casa se apagaram, dois criminosos saíram do carro e foram até a porta da frente. Eles colocaram máscaras negras para cobrir o rosto e tocaram a campainha.
O terceiro criminoso estava sentado no carro, esperando nervosamente que seus companheiros retornassem. Ele ficou olhando o relógio e se perguntando o porquê de estarem demorando tanto. Logo depois da meia-noite, ele ouviu gritos hediondos vindos de dentro da casa antiga.
Ele esperava que eles não espancassem o velho até a morte, pois se ele morresse antes que pudesse revelar onde estava seu tesouro, eles teriam que vasculhar a casa inteira de cima para baixo. Isso iria levar a noite toda.
Nesse momento, ele ouviu passos descendo e o som de alguém abrindo a fechadura no portão. Sob a luz fraca das luzes da rua, ele forçou os olhos para ver, mas quando olhou, não viu o que esperava.
Na manhã seguinte, um carro abandonado foi encontrado estacionado do lado de fora da casa do velho. A polícia verificou a placa e descobriu que havia sido roubado.
Poucos dias depois, três corpos não identificados apareceram na praia. Os cadáveres foram terrivelmente mutilados. Todos os ossos de seus corpos foram quebrados e suas cabeças foram esmagadas além do reconhecimento. Os três corpos foram reduzidos a pouco mais de três pilhas de carne.
A descoberta dos corpos na praia causou muita emoção na pequena cidade litorânea. Naquele verão, só se falava naquele caso e ninguém conseguia descobrir quem eles eram ou o que havia acontecido com eles. Ainda assim, sempre que as pessoas passavam pela casa do velho, sentiam um arrepio involuntário de medo percorrer suas espinhas. Os rapazes não gritaram mais com o velho, nem o chamavam mais de nomes feios. Ninguém mais se atreveu a esgueirar-se pela sua casa e espiar pelas janelas por medo do que eles poderiam ver.