A Verdadeira História de Alice no País das Maravilhas

por Mundo Sombrio
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A história de Alice não tem nada a ver com a versão romântica retratada pela Disney que conhecemos. Na verdade ela é bastante triste.

Lembre-se que os grandes contos de fadas são de outra época. A realidade era diferente e os valores eram extremamente conservadores.

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A Verdadeira História de Alice no País das Maravilhas

Por ser esquizofrênica e, na época, esse tipo de pessoa ser considerada uma aberração, os pais de Alice decidiram deixá-la em um sanatório e ela permanecia, na maior parte do tempo, dopada. Quando não estava sob efeito de remédios, era violentada pelos funcionários e olhe que a menina tinha apenas 11 anos.

Cada um dos personagens e objetos da história tem a ver com um desejo ou experiência vivida por Alice durante sua vida.

O Buraco

Lembra no desenho, quando Alice cai dentro de um buraco pelo qual ela entra no País das Maravilhas? Pois é! Na história verdadeira ele é uma janela de seu quarto, por onde ficou presa durante toda a vida e pela qual ela desejava sair e conhecer o mundo à sua volta.

O Coelho Branco

Para ela, representava o tempo: aquele tempo que ela desejava que passasse logo para que, um dia, pudesse sair daquele lugar. Era o tempo que ela via passar tão rápido, porém tão lento…

O Chapeleiro Maluco

Era outro interno — seu melhor amigo. Alguém que deixava sua vida no hospital menos amargurada, com quem criava várias teorias de como seria a vida lá fora. O rapaz, na realidade, sofria de Síndrome Bipolar e, por isso, a personalidade do Chapeleiro na história o mostrava ora alegre, ora depressivo, ora calmo, ora irritado.

A Lebre

A Companheira do Chapeleiro Maluco, era a menina que dividia o quarto com ele. Ela sofria de depressão profunda e, em todas as vezes que Alice teve contato com ela, encontrou-a num estado de terror e paranoia.

O Gato de Cheshire

Era um dos enfermeiros em quem Alice confiou, mas que acabou por enganá-la e violentá-la. O sorriso do gato, aquele que é tão marcado, era, na verdade, o sorriso obscuro que seu agressor abria a cada vez que lhe abusava e a deixava jogada em um canto de sua acomodação, derrotada, triste e ofuscada.

A Rainha de Copas

Era a diretora do sanatório. Uma mulher má e desprezível que não sentia sequer um pingo de compaixão para com os enfermos que estavam sob seus cuidados. Era a favor da terapia de choque e da lobotomia, por diversas vezes ordenando que os funcionários espancassem, sedassem e prendessem em jaulas os pacientes que apresentavam comportamentos que não lhe agradavam.

A Rainha Branca

Simbolizava sua mãe. Uma mulher nobre e tenra, que sofreu na pele o preconceito de ter uma filha doente, tendo que abandonar a menina em um sanatório e nunca mais voltar a vê-la. As vagas lembranças que Alice possuía eram de momentos com sua mãe — e o motivo de ela pensar que o mundo fora dos muros do hospital era um lugar melhor era por saber que a mãe estava lá, em algum lugar, para cuidar dela.

Os Naipes

Enfermeiros do hospital, apenas seguindo ordens o dia inteiro.

A Lagarta Azul

Era a sua terapeuta. Aquela que lhe dava as respostas, que lhe explicava o que acontecia e com quem ela conversava.

Tweedledum e Tweedledee

Eram gêmeos siameses órfãos, que também estavam no hospital. Embora não possuíssem nenhum problema mental que justificasse sua internação, a aparência que tinham era assustadora e, por isso, foram reclusos.

O Rei de Copas

O médico psiquiatra do hospital. Alguém com complexo de inferioridade, que era incapaz de se opor às ordens da diretora.

Os frascos “Coma-me” e “Beba-me”

Simbolizavam as drogas que lhe davam. Por serem extremamente fortes, por várias vezes Alice tinha sensações diferentes e alucinações, bem como se tivesse encolhido ou aumentado de tamanho.

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Tudo isso foi criado pela menina como se fosse um mundo paralelo, uma realidade menos dolorosa daquela em que vivia. Ela já não podia suportar aquele local e tudo que acontecia com ela ali dentro, então resolveu utilizar sua imaginação infantil para amenizar a dor e o sofrimento.

A irmã mais velha de Alice é, na verdade, uma enfermeira do hospital a quem a pequena era muito apegada. A enfermeira tinha um diário e, nele, anotava todas as histórias que Alice criava em sua mente. Todos os dias a enfermeira ia até o quarto da menina e ouvia seus desabafos e as aventuras que criava em sua mente, sem deixar de anotar uma palavra sequer.

O Fim da História

Infelizmente, Alice executa uma tentativa de fuga. Ela não obtém sucesso e acaba detida pelos funcionários. A diretora, furiosa, manda espancarem a garota e aplicar a terapia de eletrochoque para que nunca mais voltasse a se repetir. Após o castigo, Alice tornou-se agressiva e violenta ao ponto de a diretora decidir que a única saída para ela seria a lobotomia.

Conclusão

Alice viveu por muito tempo em um estado de “coma”. Ela nunca mais viveu, sorriu ou tampouco falou. Devido a isso, teve seu corpo devastadoramente abusado — tanto que acabou por ter hemorragia interna devido à violência empregada e veio a falecer.

A enfermeira que escrevia suas histórias em um diário acabou por se afastar do sanatório e Alice foi imortalizada como a menina sonhadora que viveu aventuras incríveis no “País das Maravilhas”.

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