Fora o quarto encontro assombrado que a jovem Ellen teve aquela semana. Em todos a mesma coisa se repetia: uma criança vinha pedir ajuda à ela enquanto parecia estar com medo de algo. Dessa vez foi uma garotinha loira, que aparentava ter uns sete anos.
Ellen se levantou e caminhou tonta pela casa, pois estava sob efeito de um sedativo que imaginou ser eficiente contra seus devaneios noturnos e, pelo visto, havia falhado. O pior de tudo, é que as funções cognitivas da jovem estavam prejudicadas demais para que ela conseguisse andar reto. A jovem deu mais dois passos cambaleando de um lado pro outro e, quando levantou seu rosto, viu um ser alto com uma expressão maligna e feições cadavéricas olhando para ela.
– Não se meta onde não lhe diz respeito – Grunhiu o ser que, ao contrário das crianças não desapareceu do nada.
Ele saiu pela porta e Ellen foi atrás para ver onde ele iria. A jovem chegou até a porta de sua casa e seguiu a criatura em silêncio enquanto tentava permanecer em pé por causa da tontura. Ao chegar na beirada de um bosque Ellen sentiu seu corpo pesar e desmaiou.
Senhorita temos pouco tempo, precisamos que a senhora prenda o Ganso para que nossos espíritos sejam liberados – disse uma garotinha negra que sumiu do nada.
Ellen acordou no dia seguinte em baixo de uma árvore no tal bosque. Ela estava um tanto quanto assustada mas precisava ajudar os espíritos daquelas pobres crianças. Com a coragem que lhe restava, ela enfiou-se bosque a dentro e por horas vagou sem rumo, até que achou um prédio antigo. A construção estava toda destruída porém algo dizia que era ali.
– Senhorita, o Ganso perde toda sua força e consciência de dia, prenda ele no porão antes que a noite chegue! – disse um garoto moreno que desapareceu em instantes.
Então, Ellen suspirou fundo e entrou no prédio. Uma garota morena ia saltitante mostrando o caminho para ela. Ao chegar em uma sala, o ser chamado Ganso, o mesmo da noite passada, estava caído ao chão. A Mulher puxou seu corpo e o levou para o porão. Lá fora a noite começava a cair. Ellen deixou o corpo de Ganso lá em baixo e voltou para as escadas. Ao chegar lá, viu que ele estava se mexendo, então correu e trancou as portas do porão. Ganso correu e começou a bater na porta do porão com força.
– Me solta, eu não sou o inimigo aqui! – Ganso continuou gritando mas Ellen já estava no corredor principal.
A jovem sentia-se muito feliz por ter ajudado aquelas pobres criancinhas.
Por conseguinte, uma dor aguda em sua perna a fez cair ao chão, então ela pode ver que as crianças estavam perfurando seu corpo com facas e arrancando pedaços para comer. Ellen perdeu a consciência quando levou uma facada entre os olhos.
Ganso era um ser que, apesar de não ser imortal, vivera cerca de mais de séculos. Ele dirigiu aquela clínica para crianças problemáticas por anos e dava sempre medicamentos para que elas ficassem sedadas. Durante o dia, seu corpo perdia a força por causa dos anos que já estava vivo, por isso deixava as crianças dopadas, ou melhor, espíritos do que um dia foram seus pacientes, mas a noite ele colocava ordem nas crianças as privando de cometer atrocidades com os outros.
Porém, agora com Ganso preso, as crianças estavam livres para fazer a festa como sempre sonharam!
A História de Terror ‘As Crianças Pedem Bis’ foi escrita por Contos de Ula