Na juventude de minha mãe, ela morava em Itajubá, uma cidade do Sul de Minas Gerais. E ela sempre nos conta uma história muito sombria sobre uma escultura do cemitério da mesma cidade. Vou tentar contar a vocês o que ela relata e jura ser verdade.
Quando criança, lá pela década de sessenta, ela morava com a avó. Era uma mulher muito católica e dessas que não aceitam nadinha que não tenha relação com os céus. Nada de histórias de assombração, nada de mortos que voltam, nada de monstros. Caso ela ouvisse os netos falando sobre estas coisas, o castigo era certo.
Mas, um dia na escola, minha mãe ouviu a história de que existia uma escultura mal-assombrada no cemitério da cidade. Uma amiguinha dela contou que seu tio havia dado de cara com a senhora da escultura passeando pela praça da igreja matriz de madrugada. E minha mãe que nem sabia da existência da estátua, deu o maior trabalho para dormir sozinha à noite. Por fim, chorou tanto que sua avó levantou para ver o que estava acontecendo e ficou muito brava quando soube que tudo aquilo era por medo de uma lenda urbana. Em compensação, meu tio, também criança, achou aquilo um barato e ficou a noite toda rindo dela por ter medo da história.
No dia seguinte, era um sábado muito bonito e os primos de minha mãe chegaram em sua casa como era o costume de todos os finais de semana. E o meu tio, criança arteira que era, contou para todas as crianças que minha mãe chorou de medo de uma escultura. Foi o suficiente para virar uma gozação sem fim. Todos riam muito. Entre os primos, havia um de uns 15 anos que lançou um desafio: chamou todos os primos para irem até o cemitério para enfrentar a tal estátua.
Minha mãe para não ser motivo de mais risadas, aceitou o desafio junto com os demais primos. Inventaram uma desculpa qualquer para os adultos e lá foram eles. Ao chegar no cemitério, minha mãe encheu-se de medo, mesmo assim não se deixou abater. O grupo andou um pouco até encontrar a capela e a estátua. Era impressionante e de deixar muito intrigado. Era uma escultura de bronze em tamanho real, imponente, olhando para o lado e segurando um guarda-chuva. O nome dela era Gabriela de Moura e havia no mausoléu uma foto idêntica à estátua.
As primas de minha mãe ficaram muito assustadas e trataram logo de irem se afastando daquele ponto do cemitério, pois a mulher de bronze era realmente muito sinistra. Os meninos, porém, ficaram tocando nela e imitando sua pose. Até que meu tio foi longe demais. Ficou dizendo que a estátua não era de nada, a insultou de todo jeito dizendo que ela não saía do lugar, ficou a alguns metros dela e a chamou para ir pegá-lo, por fim, pegou um objeto qualquer e jogou nela dizendo: “vamos embora, esta daí não tem graça nenhuma…”.
As meninas puxaram o grupo para fora do cemitério rapidinho pelo medo que estavam sentindo. Enquanto os primos caminhavam em direção à saída do cemitério, ouviram um barulho de algo se quebrando. Eles correram muito até o portão e, quando alguém teve coragem de olhar para trás, viram que havia uns rapazes rindo muito deles. Eles quebraram de propósito uma garrafa de vidro no chão só para assustar a criançada.
O dia escureceu e os primos de minha mãe decidiram passar a noite na casa da avó. Então, todos se reuniram na sala e rezaram o terço junto com a vó antes de dormir. Depois disso, as meninas foram para um aposento e os meninos para o outro. Minha mãe se sentiu muito mais segura naquela noite por não estar sozinha e meu tio não estava nem se lembrando da existência da mulher de bronze.
Mas a mulher de bronze não se esqueceu dele. Durante a madrugada, meu tio acordou e foi beber água. Quando voltou para o quarto, sentiu a presença de alguém em pé próximo à sua cama. Ele acendeu a luz imaginando ser algum de seus primos querendo fazer alguma brincadeira. Entretanto, quando o ambiente ficou iluminado, viu que sua companhia era Gabriela, a mulher de bronze. Ele gritou desesperado e os meninos acordaram. Ela os olhou com muita ira e deixou seu recado “não se aproximem mais de mim! Odeio ser perturbada.” Antes que a avó deles chegasse, a mulher de bronze desapareceu.
Quando a velha senhora ouviu a história assustadora, ficou muito perplexa e tratou de levantar todos da cama. Deu uma bronca em todo mundo. Todos apanharam de vara de marmelo. Ela explicou que já tinha dito que com o sobrenatural não devemos brincar e nem mesmo mencionar, pois não sabemos até que ponto eles podem influenciar nossas vidas. Então, colocou todo mundo para rezar e pedir perdão a Deus por perturbar uma alma. Assim, tiveram que ler vários trechos da Bíblia enquanto ela acendia velas e incensos para espantar qualquer assombração que por ali estivesse. Este ritual se repetiu por semanas, até que todos se sentissem mais tranquilos em relação a experiência sinistra.
Consequentemente, nunca mais nenhum deles quis brincar com o desconhecido. Sempre que precisavam ir ao cemitério, cortavam voltas da mulher de bronze. Atualmente ela ainda é conhecida e desperta muitas curiosidades. Já fizeram filmes e reportagens sobre Gabriela e suas lendas. Dizem que, quando ela parou na praça da cidade, foi por brincadeiras de mau gosto de alguém e por isso soldaram a escultura ao chão. Mas minha mãe e seus primos sabem que não é bem assim a história e, que com a mulher de bronze, não se brinca.
E aí, o que você achou da História de Terror “Mulher de Bronze”? Dê sua nota para essa história e não esquece de compartilhar e comentar também! Abraços Sombrios!